Capacetes de chumbo
cobrem os céus
de águas mil.
São véus
que escondem utopias
folgares, alegrias
e nos roubam o calor
do Sol de Abril.
As águas límpidas
turvaram e prenharam
os rios da incerteza.
São lágrimas
que regam prostração
dor, humilhação
sulcando os rostos
da fome e da pobreza.
Botas cardadas
marcam o compasso
na terra dos cravos.
As agras de pão
são notas de contos
mercados, aprontos
de campos fecundos
p´ra novos escravos.
pm
Out2015