31.7.11

O "Pirata"

O Pirata

Entre as muitas “vítimas” das demolições da Velha Alta de Coimbra, uma das mais simbólicas e lamentadas, foi a Leitaria Académica, mais conhecida pelo nome do seu fundador e proprietário (Joaquim Inácio), Joaquim “Pirata”.
O “Pirata”, figura sempre lembrada pelos estudantes que passaram por Coimbra nas décadas de 1920 a 1950, tinha o seu estabelecimento na desaparecida Rua Larga, a fazer esquina para a Rua de S. João.
A origem da alcunha do seu proprietário é desconhecida, mas era este o nome por que era conhecido esse homem, uma figura muito peculiar, sempre envergando um impecável casaco branco.

Na relação do “Pirata” com os seus clientes havia uma particularidade que se revelou como estratégia de negócio bem sucedida. O cliente entrava, consumia, mas não era obrigado a pagar a pronto. No entanto, tinha de deixar o seu nome num dos grandes livros que existiam em cima do balcão. Estes livros eram conhecidos por “canis”, derivado da expressão “ferrar o cão”. Este processo conquistou a simpatia da sua clientela, predominantemente estudante, que frequentava a casa. O “Pirata” sabia que, mais cedo ou mais tarde, as dívidas iam ser saldadas. Muitas vezes, o antigo estudante que ferrava o cão, num rebate de consciência, lá regressava alguns anos depois do fim da sua licenciatura e, finalmente, o seu nome era riscado do livro. O pagamento desta dívida era motivo de celebrações, bem regadas, à porta do estabelecimento.
A Leitaria Académica, aberta desde 1923, tinha como distintivo um grande azulejo, afixado à entrada, com o símbolo da Associação Académica de Coimbra, criado pelo então jovem estudante Fernando Pimentel, no ano de 1927.
Em Maio de 1944, com o avanço das demolições, iniciadas no ano anterior para a construção da nova Cidade Universitária, o “Pirata” vê-se obrigado a encerrar as portas. Transferiu-se para a Rua dos Estudos, onde permaneceria até Outubro de 1949. Na sequência de nova demolição é obrigado a nova mudança, desta vez para um prédio situado junto aos Arcos do Jardim que também seria demolido em Outubro de 1959. A partir daqui, não mais se soube do paradeiro do espólio desta emblemática casa da Velha Alta de Coimbra.

29.7.11

Colégio de São Tomás

Colégio S. Tomás

Coimbra
Rua da Sofia
O Palácio da Justiça de Coimbra resultou de uma adaptação do colégio de São Tomás, que pertencia à ordem dominicana, cuja construção se iniciou em 1566. Quando da abolição das ordens religiosas, o colégio foi adquirido pelo conde de Ameal, coleccionador de obras de arte, para o transformar em residência e museu. Mais tarde foi a adaptação do edifício para o Palácio da Justiça, tal como hoje se nos apresenta.
Os portões de ferro forjado da entrada, bem como os lustres e candeeiros do interior, são belos exemplares da serralharia artística de Coimbra do início do século XX.
O notável claustro é semelhante aos dos restantes colégios desta rua, daquela época, e comporta um pequeno jardim interior. As arcadas do piso inferior assentam sobre capitéis jónicos, enquanto a arquitrave do andar superior repousa sobre colunas dóricas. Está decorado, nos dois pisos, por excelentes painéis de azulejo da autoria de Jorge Colaço.
Pertencia à fachada do colégio de São Tomás, um formoso portal da renascença que está implantado no museu Machado de Castro, virado para o Largo de São Salvador.

28.7.11

Lavadeiras



Coimbra
Homenagem às Lavadeiras do Mondego

A Associação Desportiva e Recreativa dos Lugares de Casal da Misarela, Misarela, Vale de Canas, Barca e Ribeira, com o apoio da Junta de Freguesia, organizou, em Agosto de 2010, na Praia Fluvial de Palheiros e Zorro, uma excelente jornada de recriação da actividade das Laveiras da Freguesia de Torres do Mondego, como forma de as homenagear.


"Da Misarela até ao rio
As Lavadeiras cantavam ao desafio"

27.7.11

Coimbra Menos

F Cerveja

Coimbra
O edifício da Fábrica de Cerveja de Coimbra, desactivada há muitos anos, foi entregue ao abandono e oferece este aspecto degradante. Era aqui que se fabricava uma das melhores cervejas do País, para o que concorria, como constava na época, a qualidade da água utilizada. Topázio era a branca e Onix a preta. A administração desta empresa, rendida aos resultados das chamadas economias de escala, desactivou esta unidade e concentrou o fabrico em Vialonga. E as instalações? Ficaram aqui abandonadas para perpetuar a memória da existência da fábrica!

26.7.11

Coimbra - Fado e Tradição



Cidade de ruas estreitas, pátios, escadinhas e arcos medievais, Coimbra foi berço de nascimento de seis Reis de Portugal e viu nascer a primeira Universidade do país e uma das mais antigas da Europa.

25.7.11

Repúblicas

Bota-A-Baixo1-1-1

Coimbra
República do Bota-a-Baixo
Real República do Bota-Abaixo foi fundada aquando da destruição da velha Alta na década de 40. O Bota-Abaixo esteve instalado na zona a destruir, na rua do Borralho, sendo depois transferida para a sua actual morada, na rua de S. Salvador.
Durante o movimento académico de 69/70, no decurso da “Crise”, o Bota-Abaixo esteve, como a maioria das repúblicas, envolvida no processo de contestação ao regime, tendo um dos repúblicos, Horácio Duarte de Campos, sido preso por ser um dos signatários do decretus de Luto Académico e Abolição da Praxe, em 1969.
Em 1988, foi criada a Associação Real República do Bota-Abaixo, constituída por antigos e actuais repúblicos.

23.7.11

Carlos Paredes



1923 - 2004
“E foi aí que entrou no palco Carlos Paredes: enorme, desajeitado, com o seu eterno sorriso tímido de quem pede desculpa por existir. Sentou-se, aconchegou a guitarra, agarrou-se à guitarra e a guitarra a ele, passaram a ser um corpo único, um só tronco de música e de raiva, de sonho e de melodia, de angústia e de esperança”. Era assim, Paredes, retratado por José Carlos de Vasconcelos.

22.7.11

Canção da Cidade Adormecida

Portagem

Diz-me tu ó cidade...
Em que sonhos no teu ventre guardas
Essas capas de liberdade,
Se na revolta da mocidade
Não há cavalos nem espadas!

Diz-me tu ó cidade
Em que desenganos me embalas?
Se adormecendo a saudade,
Lhe vais roubando a eternidade
Que cruelmente me calas!

Diz-me então ó cidade...
Porque desarrumas meu peito?
Se nasce em mim o teu rio,
Que espera que passe um navio
De sonhos e mágoas refeito...

Eduardo Filipe

21.7.11

Romagem à Lapa



1989
Aula Magna
Luiz Goes, António Portugal, António Brojo, Rui Pato, Aurelio Reis, Luis Filipe.

20.7.11

13.7.11

Festival das Artes

Festival das Artes

Coimbra acolhe, até ao próximo dia 31 de Julho, o III Festival das Artes, organizado pela Fundação Inês de Castro, este ano dedicado ao tema “Paixão”. A Paixão de Pedro por Inês, na passagem dos 650 anos da trasladação dos restos mortais de Inês de Castro de Santa Clara-a-Velha para o Mosteiro de Alcobaça.
É um festival multifacetado que encerra diversas formas de expressão artística, tais como: cinema, fotografia, literatura, música, pintura e teatro.
O Festival decorre no anfiteatro ao ar livre da Quinta das Lágrimas.

12.7.11

Fado d'Anto

Francisco Menano .
Francisco Menano


A cabra da velha torre
Meu amor, chama por mim...
Quando um estudante morre
Os sinos tocam assim... 

Oh! Quem me dera abraçar-te
Junto ao peito, assim, assim...
Levar-me a morte e levar-te
Toda abraçadinha a mim!


António Nobre

11.7.11

Coimbra - Censos 2011

 António Rochette

Os dados provisórios do Censos de 2011, conhecidos em fase de comemoração do nono centenário de um foral de Coimbra, obrigam a uma séria reflexão sobre o que tem sido a perda contínua de atractividade por parte da cidade, bem como acerca do que se pretende para o desenvolvimento de um território que, em tempos recentes, se assumia como terceiro concelho de Portugal.
Acontece que, em termos de população, o Município conimbricense já não se encontra nos primeiros 15 concelhos do Continente. Ocorreu, pois, o falhanço de uma política de desenvolvimento sustentado do concelho.
Na realidade, os dados provisórios do Censos / 2011 salientam relativamente ao concelho de Coimbra três pontos fulcrais:
1 - Pela primeira vez desde o recenseamento de 1900, a população do concelho de Coimbra sofre um decréscimo; nunca se tinha observado tal situação, mesmo no crítico período em que a emigração assumiu um peso significativo em termos nacionais;
2 – Na região Centro, onde o policentrismo urbano é cada vez mais assumido, Coimbra, com menos 5 391 habitantes (-3,63 por cento), foi o único pólo urbano do litoral que perdeu população, pois apenas o concelho da Guarda, no interior, perde 1 367 residentes (-3,11 por cento); os concelhos de Aveiro e Leiria crescem, respectivamente, 6,99 e 6,36 por cento, e mesmo os de Viseu e Castelo Branco observaram crescimentos de 6,52 e 0,58 por cento.
3 - Alguns optimistas, numa lógica de fuga para a frente, esforçaram-se rapidamente em justificar a saída de pessoas com a ida para territórios vizinhos (por alguns deles terem apostado, na última década, em oferecer melhores índices de qualidade de vida aos seus munícipes apresentam, de facto, crescimento).
Mas, se se der atenção aos números totais do Município de Coimbra e dos que o rodeiam, verificar-se-á que houve um decréscimo de 5 582 indivíduos, ou seja, um valor superior ao do recuo populacional sofrido pelo concelho conimbricense; caso, compreensivelmente, forem contabilizados os residentes na Lousã (apesar de entre ela e Coimbra haver Miranda do Corvo), então, o valor já é de menos 3 955 pessoas.
É inquestionável tratar-se de algo abusiva a conclusão de que os resultados da demografia no último período intercensitário podem provar o declínio, que todos temos vindo a constatar, do concelho de Coimbra, mas a falta de atractividade que o respectivo território oferece aos seus habitantes e a quem o procura para desenvolver o seu ciclo educativo é por de mais evidente. Todos os anos chegam a Coimbra milhares de jovens estudantes; partem, porém, pois são cada vez mais os naturais da cidade a demandar trabalho noutas paragens.
Não pretendo apontar o dedo a culpados, porque, neste caso, e por esta ou aquela razão, todos os conimbricenses têm culpa. Contudo, não julgo ser possível continuarmos a assumir a postura de avestruz, «enfiando a cabeça na areia»; a busca de uma verdadeira estratégia de desenvolvimento para Coimbra deverá assentar numa lógica de solidariedade e complementaridade com os concelhos vizinhos.

António Rochette
Geógrafo

7.7.11

Colégio de S. Bento

Photobucket

Coimbra
Igreja do Colégio de S. Bento
Os seus trabalhos de construção iniciaram-se em 1575 e a sua sagração veio a ter lugar em 19 de Março de 1634. A sua localização era à esquerda de quem hoje sobe a Calçada Martim de Freitas, estando quase encostada à fachada mais visível do Colégio de S. Bento, do lado onde se encontra actualmente a entrada para o Museu de Antropologia. A fachada da Igreja ficava mesmo em frente ao penúltimo (hoje último) arco do Aqueduto de S. Sebastião.
Neste edifício esteve instalado o antigo Liceu Central de Coimbra, hoje Escola Secundária José Falcão, entre 1874 e 1936. 

6.7.11

Tito Mackay



Jorge Tito Mackay Ferreira dos Santos nasceu em Coimbra. Aos oito anos de idade aprendeu a tocar cavaquinho com Aníbal Simões, guitarrista de Coimbra.
Por influência de seu irmão José Tito, foi-se interessando pela viola que, mais tarde, viria a aperfeiçoar com Alexandre Bateiras.
Fez parte dos Grupos "Serenata de Coimbra" e "In illo tempore" com os quais participou em CD's e em diversos espectáculos, destacando-se: Casino Estoril, Teatro S. Luis - Lisboa, Gil Vicente e Fnac-Cascais, Teatro Rivoli - Porto, Museu da Música Portuguesa - Estoril, Expo 98, Centro de Congressos da Alfândega do Porto, Conservatório de Música da Covilhã, RDP e RTP.
Tocou músicas de fundo para poesias declamadas e de autoria de Francisco Vasconcelos. Acompanhou Alexandre Bateiras, Francisco Vasconcelos, Miguel Gouveia e Luis Plácido.

5.7.11

Noites de Verão

noite-coimbra1

Trinta e quatro espectáculos compõem um vasto programa de animação que "Turismo de Coimbra", promove, com o apoio da Associação de Folclore e Etnografia da Região do Mondego, denominado "Noites de Verão em Coimbra".
Serenatas de fado, jazz, folclore, música clássica, tunas, fanfarras, entre outros espectáculos, marcam este ciclo de animação de Verão. Todos os espectáculos têm como cenário a Praça 8 de Maio, pelas 22h00, com excepção da programação do dia 19 de Agosto que terá como palco a Praça do Comércio, integrando a tradicional Feira das Cebolas.

Folclore
8 Julho
- Grupo Folclórico e Etnográfico de Arzila
15 Julho

- Grupo Folclórico da Universidade de Coimbra
- Rancho Típico da Palheira
22 Julho

- Grupo Folclórico e Etnográfico do Brinca
- Grupo Folclórico de Torre de Bera
29 Julho

- Rancho Folclórico As Moleirinhas de Casconha
5 Agosto

- Grupo Folclórico Camponeses do Mondego
19 Agosto

- Grupo Folclórico As Tecedeiras de Almalaguês
26 Agosto

- Grupo Etnográfico da Casa do Povo de Souselas
2 Setembro

- Grupo Folclórico da Casa do Povo de Ceira
- Grupo Folclórico de Taveiro
9 Setembro

- Grupo Regional de Danças e Cantares do Mondego
16 Setembro

- Grupo Folclórico Camponeses de Vila Nova
23 Setembro

- Grupo Etnográfico Cantares e Danças de Assafarge
- Rancho Típico de Vila Nova
Serenatas

2 Julho
- Grande Noite do Fado de Coimbra
14 Julho

- À Capella
21 Julho

- Velha Cabra
28 Julho

- Canção de Coimbra
4 Agosto

- Pardalitos do Mondego
11 Agosto

- Aeminium
18 Agosto

- Fado ao Centro
25 Agosto

- Guitarras de Coimbra
1 Setembro

- Verdes Anos
8 Setembro

- Fadvocal
15 Setembro

- Alma Mater
22 Setembro

- Praxis Nova
Sons de Verão

1 Julho
- Serenata Futrica do Grupo Etnográfico Cantares e Danças de Assafarge
12 Julho

- Folk Cantanhede
19 Julho

- Ballet Folclórico do Chile
26 Julho

- Grupo de Música Popular Fonte da Pipa
2 Agosto

- Nextone (Jazz)
17 Agosto

- Ulissys Ensemble
23 Agosto

- Fanfare Testament Vollstrecker
6 Setembro

- Notas Ritmadas
13 Setembro

- Roncos e Curiscos
20 Setembro

- Tunas Académicas
27 Setembro - Dia Mundial do Turismo

- Orquestra de Sopros de Coimbra

2.7.11

O Beijo


1917
António Menano


Música - Ruy Coelho; Letra - Afonso Lopes Vieira

À minha amada, na praia
Dei um beijo, a sós e a medo,

Mas a onda que desmaia
Foi contar o meu segredo.

E às outras logo contando
O beijo que me viu dar,
Foi de onda em onda passando
O meu segredo, a cantar.

Treme ansioso o teu seio,
E eu, pálido de temor:
Que todo o mar anda cheio
Daquele beijo de amor!