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7.10.15

Nuvens



Nuvens

Capacetes de chumbo
cobrem os céus
de águas mil.
São véus
que escondem utopias
folgares, alegrias
e nos roubam o calor
do Sol de Abril.

As águas límpidas
turvaram e prenharam
os rios da incerteza.
São lágrimas
que regam prostração
dor, humilhação
sulcando os rostos
da fome e da pobreza.

Botas cardadas
marcam o compasso
na terra dos cravos.
As agras de pão
são notas de contos
mercados, aprontos
de campos fecundos
p´ra novos escravos.

pm
Out2015

24.12.14

Natal 2014



Natal

Cantam os coros
Notas tão belas
Tocam as orquestras
Brilham as estrelas
Deuses e profetas
Nos hinos dos cantores
Estoiram alegrias
Prendas e louvores.

E num recanto esconso
Duma rua estreita
Na noite profunda
Escura e medonha
Há um homem que espreita
Uma nesga de esperança
Há um homem que sofre
De fome e vergonha.

Porquê, o Natal?

(pm)

13.3.14

Manifesto

Nenhuma estratégia de combate à crise poderá ter êxito se não conciliar a resposta à questão da dívida com a efectivação de um robusto processo de crescimento económico e de emprego num quadro de coesão e efectiva solidariedade nacional. Todos estes aspectos têm de estar presentes e actuantes em estreita sinergia. A reestruturação da dívida é condição sine qua non para o alcance desses objectivos.
O que reúne aqui e agora os signatários, que têm posições diversas sobre as estratégias que devem ser seguidas para responder à crise económica e social mas que partilham a mesma preocupação quanto ao peso da dívida e à gravidade dos constrangimentos impostos à economia portuguesa, é tão somente uma tomada de posição sobre uma questão prévia, a da identificação das condições a que deve obedecer um processo eficaz de reestruturação.
O que a seguir se propõe tem sempre em atenção a necessidade de prosseguir as melhores práticas de rigorosa gestão orçamental no respeito das normas constitucionais bem como a discussão de formas de reestruturação honrada e responsável da dívida no âmbito de funcionamento da União Económica e Monetária, nos termos adiante desenvolvidos.


A Actual Dívida é Insustentável na Ausência de Robusto e Sustentado Crescimento


A crise internacional iniciada em 2008 conduziu, entre outros factores de desequilibrio, ao crescimento sem precedentes da dívida pública. No biénio anterior, o peso da dívida em relação ao PIB subira 0.7 pontos percentuais, mas elevou-se em 15 pontos percentuais no primeiro biénio da crise. No final de 2013 a dívida pública líquida era de 129% do PIB e líquida de depósitos de cerca de 120%. O endividamento externo público e privado ascendeu a 225% do PIB e o endividamento consolidado do sector empresarial a mais de 155% do PIB. A resolução da questão da dívida pública não só se impõe pelas suas finalidades directas como pela ajuda que pode dar à criação de condições favoráveis à resolução dos problema específicos do endividamento externo e do sector empresarial, que são igualmente graves.
A dívida pública tornar-se-á insustentável na ausência de crescimento duradouro significativo: seriam necessários saldos orçamentais primários verdadeiramente excepcionais, insusceptíveis de imposição prolongada.
A nossa competitividade tem uma base qualitativa demasiado frágil para enfrentar no futuro a intensificação da concorrência global. É preciso uma profunda viragem, rumo a especializações competitivas geradas pela qualidade, pela inovação, pela alta produtividade dos factores de produção envolvidos e pela sagaz capacidade de penetração comercial em cadeias internacionais ou nichos de mercado garantes de elevado valor acrescentado.
Trata-se certamente de um caminho difícil e de resultados diferidos no tempo. A sua materialização exige continuidade de acção, coerência de estratégias públicas e privadas, mobilização contínua de elevado volume de recursos, bem como de cooperação nos mais diversos campos de actividade económica, social e política. Será tanto mais possível assegurar a sustentabilidade da dívida, quanto mais vigoroso for o nosso empenho colectivo no aproveitamento das oportunidades abertas pela reestruturação no sentido de promover esse novo padrão de crescimento.


É Imprescindível Reestruturar a Dívida para Crescer, Mantendo o Respeito pelas Normas Constitucionais


Deixemo-nos de inconsequentes optimismos: sem a reestruturação da dívida pública não será possível libertar e canalizar recursos minimamente suficientes a favor do crescimento, nem sequer fazê-lo beneficiar da concertação de propósitos imprescindível para o seu êxito. Esta questão é vital tanto para o sector público como para o privado, se se quiser que um e outro cumpram a sua missão na esfera em que cada um deles é insubstituível.
Sem reestruturação da dívida, o Estado continuará enredado e tolhido na vã tentativa de resolver os problemas do défice orçamental e da dívida pública pela única via da austeridade. Deste modo, em vez de os ver resolvidos, assistiremos muito provavelmente ao seu agravamento em paralelo com a acentuada degradação dos serviços e prestações provisionados pelo sector público. Subsistirá o desemprego a níveis inaceitáveis, agravar-se-á a precariedade do trabalho, desvitalizar-se-á o país em consequência da emigração de jovens qualificados, crescerão os elevados custos humanos da crise, multiplicar-se-ão as desigualdades, de tudo resultando considerável reforço dos riscos de instabilidade política e de conflitualidade social , com os inerentes custos para todos os portugueses.
Por outro lado, a economia sofrerá simultaneamente constrangimentos acrescidos, impeditivos em múltiplas dimensões do desejável crescimento do investimento, da capacidade produtiva e da produtividade, nomeadamente pela queda da procura e desestruturação do mercado, diminuição da capacidade de autofinanciamento, degradação das condições de acesso, senão mesmo rarefacção do crédito da banca nacional e internacional, crescente liquidação de possibilidades competitivas por défice de investimento e inovação. Por maioria de razões, o ganho sustentado de posições de referência na exportação ficará em risco e inúmeras empresas ver-se-ão compelidas a reduzir efectivos.
Há que encontrar outros caminhos que nos permitam progredir. Esses caminhos passam pela desejável reestruturação responsável da dívida através de processos inseridos no quadro institucional europeu de conjugação entre solidariedade e responsabilidade.

Há alternativa - A Reestruturação Deve Ocorrer no Espaço Institucional Europeu


No futuro próximo, os processos de reestruturação das dívidas de Portugal e de outros países – Portugal não é caso único – deverão ocorrer no espaço institucional europeu, embora provavelmente a contragosto, designadamente, dos responsáveis alemães. Mas reacções a contragosto dos responsáveis alemães não se traduzem necessariamente em posições de veto irreversível. Veja-se o que vem sucedendo com a Grécia, caso irrepetível, de natureza muito diferente e muito mais grave, mas que ajuda a compreender a lógica comportamental dos líderes europeus. Para o que apontam é para intervenções que pecam por serem demasiado tardias e excessivamente curtas ou desequilibradas. Se este tipo de intervenções se mantiver, a União Europeia correrá sérios riscos.
Portugal, por mais que cumpra as boas práticas de rigor orçamental de acordo com as normas constitucionais – e deve fazê-lo sem hesitação, sublinhe-se bem – não conseguirá superar por si só a falta dos instrumentos que lhe estão interditos por força da perda de soberania monetária e cambial. Um país aderente ao euro não pode ganhar competitividade através da política cambial, não lhe é possível beneficiar directamente da inflação para reduzir o peso real da sua dívida, não pode recorrer à política monetária para contrariar a contracção induzida pelo ajustamento, não tem Banco Central próprio que possa agir como emprestador de último recurso. Mas se o euro, por um lado, cerceia a possibilidade de uma solução no âmbito nacional, por outro convoca poderosamente a cooperação entre todos os Estados-membros aderentes. A razão é simples e incontornável: o eventual incumprimento por parte de um país do euro, em última instância, acarretaria custos dificeis de calcular mas provavelmente elevados, incidindo sobre outros países e sobre o próprio euro. Prevenir as consequências nefastas desta eventualidade é, de facto, um objectivo de interesse comum que não pode ser ignorado.
Após a entrada em funções da nova Comissão Europeia, deverá estar na agenda europeia o início de negociações de um acordo de amortização da dívida pública excessiva, no âmbito do funcionamento das instituições europeias Na realidade, esse processo já foi lançado e em breve iniciará o seu caminho no contexto do diálogo inter-institucional europeu, entre Comissão, Conselho e Parlamento.É essencial que desse diálogo resultem condições fundamentais para defender sem falhas a democracia nos Estados-membros afectados, como valor fundacional da própria União.


Três Condições a que a Reestruturação Deve Obedecer


A Comissão Europeia mandatou um Grupo de Peritos para apresentar, designadamente, propostas de criação de um fundo europeu de amortização da dívida. O seu relatório será publicado antes das eleições para o novo Parlamento Europeu. Essas propostas juntar-se-ão a várias outras formuladas nos últimos quatro anos. Recorde-se que a presente tomada de posição visa apenas a questão prévia da identificação das condições a que deve obedecer um processo eficaz de reestruturação Serve-nos de guia o exposto sobre a dívida portuguesa, mas pensamos que as condições abaixo sugeridas defendem também os melhores interesses comuns dos países do euro.
Tendo presente que a capacidade para trazer a dívida ao valor de referencia de 60% do PIB depende fundamentalmente de três variáveis (saldo orçamental primário, taxa de juro implícita do stock de dívida e taxa nominal de crescimento da economia), identificamos três condições a que deve obedecer a reestruturação da dívida.

1) Abaixamento da taxa média de juro

A primeira condição é o abaixamento significativo da taxa média de juro do stock de dívida, de modo a aliviar a pesada punção dos recursos financeiros nacionais exercida pelos encargos com a dívida, bem como ultrapassar o risco de baixas taxas de crescimento, difíceis de evitar nos próximos anos face aos resultados diferidos das mudanças estruturais necessárias. O actual pano de fundo é elucidativo: os juros da dívida pública directa absorvem 4.5%. do PIB. Atente-se ainda no facto de quase metade da subida da dívida pública nos últimos anos ter sido devida ao efeito dos juros.

2) Alongamento dos prazos da dívida

A segunda condição é a extensão das maturidades da dívida para 40 ou mais anos. A nossa dívida tem picos violentos. De agora até 2017 o reembolso da dívida de médio e longo prazo atingirá cerca de 48 mil milhões de euros. Alongamentos da mesma ordem de grandeza relativa têm respeitáveis antecedentes históricos, um dos quais ocorreu em benefício da própria Alemanha. Pelo Acordo de Londres sobre a Dívida Externa Alemã, de 27 de Fevereiro de 1953, a dívida externa alemã anterior à II Guerra Mundial foi perdoada em 46% e a posterior à II Guerra em 51,2%. Do remanescente, 17% ficaram a juro zero e 38% a juro de 2.5% Os juros devidos desde 1934 foram igualmente perdoados. Foi tambem acordado um período de carência de 5 anos e limitadas as responsabilidades anuais futuras ao máximo de 5% das exportações no mesmo ano. O último pagamento só foi feito depois da reunificação alemã, cerca de 5 décadas depois do Acordo. O princípio expresso do Acordo de Londres era assegurar a prosperidade futura do povo alemão, em nome do interesse comum. Reputados historiadores económicos alemães são claros em considerar que este excepcional arranjo é a verdadeira origem do milagre económico da Alemanha. O Reino Unido, que alongou por décadas e décadas o pagamento de dívidas suas, oferece outro exemplo. Mesmo na zona euro, já se estudam prazos de 50 anos para a Grécia. Portugal não espera os perdões de dívida e a extraordinária cornucópia de benesses concedida à Alemanha mas os actuais líderes europeus devem ter presente a razão de ser desse Acordo: o interesse comum. No actual contexto, Portugal pode e deve, por interesse próprio, responsabilizar-se pela sua dívida, nos termos propostos, visando sempre assegurar o crescimento económico e a defesa do bem-estar vital da sua população, em condições que são também do interesse comum a todos os membros do euro.

3) Reestruturar, pelo menos, a dívida acima de 60% do PIB

Há que estabelecer qual a parte da dívida abrangida pelo processo especial de reestruturação no âmbito institucional europeu. O critério de Maastricht fixa o limite da dívida em 60% do PIB. É diversa a composição e volume das dívidas nacionais. Como é natural, as soluções a acordar devem reflectir essa diversidade. A reestruturação deve ter na base a dívida ao sector oficial, se necessário, complementada por outras responsabilidades de tal modo que a reestruturação incida, em regra, sobre dívida acima de 60% do PIB. Nestes termos, mesmo a própria Alemanha poderia beneficiar deste novo mecanismo institucional, tal como vários outros países da Europa do Norte.
Os mecanismos da reestruturação devem instituir processos necessários à recuperação das economias afectadas pela austeridade e a recessão, tendo em atenção a sua capacidade de pagamento em harmonia com o favorecimento do crescimento económico e do emprego num contexto de coesão nacional. Se forem observadas as três condições acima enunciadas, então será possível uma solução no quadro da União e da zona euro com um aproveitamento máximo do quadro jurídico e institucional existente.
A celeridade da aprovação e entrada em funcionamento do regime de reestruturação é vital. A única maneira de acelerar essa negociação é colocá-la desde o início no terreno firme do aproveitamento máximo da cooperação entre Estados-membros de modo a acolher o alongamento do prazo de reestruturação, a necessária redução de juros e a gestão financeira da reestruturação, tendo em atenção as finalidades visadas pelos mecanismos de reestruturação.
Cada país integraria em conta exclusivamente sua a dívida a transferir e pagaria as suas responsabilidades, por exemplo, mediante a transferência de anuidades de montantes e condições pré-determinadas adequadas à capacidade de pagamento do devedor. As condições do acordo a estabelecer garantiriam a sua estabilidade, tendo em conta as responsabilidades assumidas por cada Estado-membro. Deste modo, a uma sã e rigorosa gestão orçamental no respeito das normas constitucionais acresceria o contributo da cooperação europeia assim orientada. As condições relativas a taxas de juro, prazos e montantes abrangidos devem ser moduladas conjugadamente a fim de obter a redução significativa do impacto dos encargos com a dívida no défice da balança de rendimentos do país e a sustentabilidade da dívida pública, bem como a criação de condições decisivas favoráveis à resolução dos constrangimentos impostos pelo endividamento do sector empresarial público e privado e pelo pesado endividamento externo. O processo de reestruturação das dívidas públicas já foi lançado pela Comissão Europeia.Fomos claros quanto a condições a que deve obedecer esse processo. A sua defesa desdeo o ínicio é essencial. O nosso alheamento pode vir a ser fatal para o interesse nacional A reestruturação adequada da dívida abrirá uma oportunidade ímpar, geradora de responsabilidade colectiva, respeitadora da dignidade dos portugueses e mobilizadora dos seus melhores esforços a favor da recuperação da economia e do emprego e do desenvolvimento sustentavel com democracia e responsabilidade social. Por quanto ficou dito, os signatários reiteram a sua convicção de que a estratégia de saída sustentada da crise exige a estreita harmonização das nossas responsabilidades em dívida com um crescimento duradouro no quadro de reforçada coesão e solidariedade nacional e europeia. Estes são os termos em que os signatários apelam ao debate e à preparação, em prazo útil, das melhores soluções para a reestruturação da dívida.

Os signatários

Adriano Moreira
Adalberto Campos Fernandes
Adriano Pimpão
Alberto Ramalheira
Alberto Regueira
Alexandre Quintanilha
Alfredo Bruto da Costa
André Machado
António Bagão Félix
António Capucho
António Carlos Santos
António Eira Leitão
António Sampaio da Nóvoa
António Saraiva
Armando Sevinate Pinto
Artur Castro Neves
Boaventura Sousa Santos
Carlos César
Carlos Moreno
Constantino Sakellarides
Diogo Freitas do Amaral
Eduardo Cabrita
Eduardo Ferro Rodrigues
Eduardo Paz Ferreira
Emanuel Santos
Esmeralda Dourado
Eugénio Fonseca
Fausto Quadros
Fernanda Rolo
Fernando Gomes da Silva
Fernando Rosas
Francisco Louçã
Henrique Neto
João Cravinho
João Galamba
João Vieira Lopes
Joaquim Gomes Canotilho
Jorge Malheiros
Jorge Novais
José Almeida Serra
José Maria Brandão de Brito
José Maria Castro Caldas
José Reis
José Silva Lopes
José Vera Jardim
José Tribolet
Júlio Mota
Luís Braga da Cruz
Luís Nazaré
Luís Veiga da Cunha
Manuel Carvalho da Silva
Manuel de Lemos
Manuel Macaísta Malheiros
Manuel Porto
Manuel Sobrinho Simões
Manuela Arcanjo
Manuela Ferreira Leite
Manuela Morgado
Manuela Silva
Mariana Mortágua
Pedro Adão e Silva
Pedro Bacelar de Vasconcelos
Pedro Delgado Alves
Pedro Lains
Pedro Marques Lopes
Ricardo Bayão Horta
Ricardo Cabral
Ricardo Paes Mamede
Rui Marques
Teresa Pizarro Beleza
Viriato Soromenho-Marques
Vítor Martins
Vítor Ramalho

3.2.14

O Assalto


Por este ou por outro processo é sempre um crime assaltar os reformados.

5.1.14

Eusébio


Morreu hoje Eusébio da Silva Ferreira, figura lendária do futebol Português.

6.12.13

Comida por Trabalho

"Comida por trabalho, já se pede em Portugal.
Querem-nos escravos e prisioneiros.

Um dia descobri os relatos de Viktor Frankl, médico e fundador da logoterapia, sobre a sua experiência como prisioneiro num campo de concentração na Alemanha e, especificamente, sobre os sonhos que os seus companheiros lhe contavam. Sonhos de esperança de libertação com data prevista e que, chegado o dia, não se cumpriam. A aproximação do Natal aumentava a esperança e desencadeava esses sonhos animadores, mas que, chegada a data, logo se perdiam no mais cruel abatimento. Não vale a pena relatar os fins trágicos destes desejos não cumpridos, mas transcrevo uma observação deste médico:
“Quem já não consegue acreditar no futuro – no seu futuro – está perdido num campo de concentração. Juntamente com a esperança no futuro, essa pessoa perde o apoio espiritual, deixa-se «cair» interiormente e decai física e psiquicamente […]” (V. Frankl, Sede de Sentido, Quadrante).
Trago esta experiência na véspera de mais um Natal e a poucos dias de se cumprir um ano de existência da APRe! O momento deve proporcionar uma reflexão sobre esta nossa curta viagem contra a injustiça que atinge a nossa geração e que, por tabela, atinge outras gerações.
O povo trabalhador e os reformados sofrem sucessivos embates que os empurram para graves dificuldades e para a pobreza. São anos e anos de fracassos e de desilusões. Olham para o futuro e não descobrem sinais de mudança. Não são exageradas as palavras dos que falam, hoje, também, em exterminação. Este clima, estas trombadas sucessivas, este campo de concentração que não tem anúncio do seu fim, do qual conhecemos os guardas mas que mantém distantes os seus arquitectos, pode tornar-nos moles, adormecidos, apenas esperançados na sorte, ignorantes da nossa força, frágeis pela idade e pela condição, desconfiados uns dos outros, espiritualmente deprimidos.
Se isto é verdade, para além das bandeiras que levantamos contra as medidas discriminatórias que nos atingem, temos que levantar, também, a bandeira contra o desânimo, contra a apatia, contra a vergonha que alguns parecem sentir por serem reformados, a favor da esperança que não podemos perder.
Não é nada fácil esta luta. Estamos cercados de inimigos interessados em transformar-nos em inimigos de nós próprios, em alimentar dentro de nós as causas da nossa derrota.
Quem dos que aqui se dispõe a estar na frente ainda não foi afectado pelo desânimo?
2014 vai por-nos à prova!
Nelson Mandela será, para nós, um bom exemplo!"

José Gama

24.10.13

APRe!

APRe!
Aposentados Pensionistas Reformados

COLÓQUIO INTERNACIONAL - OBJECTIVOS

Os reformados na Europa
Que políticas de investimento social?

Uma iniciativa da APRe! que pretende a abordagem e o debate sobre os problemas que afectam os reformados numa perspectiva comparada, e contribuir para a formação de uma opinião pública europeia favorável ao debate institucional e generalizado, sobre os desafios emergentes nas sociedades modernas. Avaliar a situação dos reformados em diversos países europeus, bem como o futuro previsível dos sistemas e políticas de segurança social, é também um objectivo a alcançar neste colóquio.

Ao nível europeu, o envelhecimento das populações é um fenómeno natural que coloca às sociedades desafios e problemas novos, os quais têm de ser equacionados através de respostas de índole económica e financeira, mas também social, sociológica e até cultural. É necessário encontrar soluções que contribuam para manter a coesão e a solidariedade entre gerações, e não para condenar ao ostracismo aqueles que dão a maior e melhor parte das suas vidas à construção dos seus países e que, quando já não podem trabalhar, passam a ser considerados um peso social insuportável.

Especialistas de países como Espanha, França, Grécia, Reino Unido e Portugal, vão participar neste colóquio. Queremos conhecer melhor a situação de países com situação económica e social semelhante à nossa, em que a problemática das reformas está na ordem do dia, como é o caso da Grécia e da Espanha, queremos avaliar as transformações em curso no âmbito dos sistemas de reformas, como é o caso da França, e queremos conhecer sistemas diferentes do nosso, como acontece na Grã-Bretanha.

26 de Outubro, em Lisboa. 

24.6.13

Coimbra - Património de Todos

Coimbra, Universidade, Alta e Sofia 
Património da Humanidade 

Assim é. A cidade e os seus cidadãos conquistaram o direito ao usufruto desta distinção. Coimbra e os conimbricenses estão de parabéns! Estamos! Homens e mulheres que construíram a cidade. Esta Alta e esta Rua da Sofia onde nasceram os Estudos Gerais. Estudantes e mestres. Homens de ofícios. Mulheres de trabalho.
Coimbra é cidade de todos, de nós todos. Nem sempre assim terá sido. Mas Coimbra – património de humanidades é, será, filha de matrimónios de saberes, esperanças, futuros, tolerâncias, liberdades. A Coimbra património da Humanidade é a Coimbra das Repúblicas. E a Coimbra de todos os que foram expulsos da Alta pelo plano de Duarte Pacheco e Salazar, exilados em cumeadas, celas e arregaças. Filhos desta Alta, filhos de Coimbra. Coimbra, património da humanidade, é a Coimbra de barbeiros e marçanos, de operários e alfaiates, de lavadeiras, calceteiros e todos mais que do trabalho trazem o pão. E em tempos modernos é cidade de doutores pelintras, de malas aviadas para paragens distantes, com uns entretantos esmolados em balcões de hipermercados e em “Cal Centers” (modernidade quanto enganas!).
Coimbra de saberes. De investigadores. De obreiros da cultura. De profissionais de saúde. De cerâmicos de louça ímpar. Coimbra de mandadores de fogueiras em noites de santos. Coimbra mater com torre fálica e uma cabra que acorda o rio.
Um rio. Soberbo quando se avista dos montes de ambas as margens. Inchado desde que as águas se sintam em correrias. Ou basófias e mais basófias numa secura que arrepia. Este rio e os amores de Inês e Pedro de vinganças sangrentas.
Coimbra 2013. Cidade de um país ocupado em tempos de barbárie bancária e de servidões ressuscitadas em que contudo há um povo que canta, como num fado cujo destino é fugir a fados e inevitabilidades prescritas à força. E tal como no grito do poeta, a namorar o futuro, se elevam vozes – liberta-te ou morre! Faz de ti e do teu património um dote de humanidade. Cidade livre e de liberdade. Património de pedras, ruas e praças. Património de costumes e culturas. 
Património de um povo que não se rende e no amanhã pode e deve construir uma cidade grávida de humanidade. Território de direitos e de liberdade. 
Parabéns, povo de Coimbra!

Francisco Queirós

19.1.13

Mau Tempo



Coimbra tem sido dos distritos mais atingidos pelo mau tempo, estando a maioria das ocorrências relacionadas com a queda de árvores. Além da queda de árvores, também se têm registado inundações, mas sem atingirem grandes proporções.
Os Sapadores Bombeiros de Coimbra receberam na sexta-feira e hoje centenas de pedidos de auxílio e várias estradas no distrito têm estado temporariamente cortadas ao trânsito ou com a circulação automóvel limitada, essencialmente devido à queda de árvores e deslizamento de pedras ou terras.

4.1.13

APRe!

Realizou-se ontem na Assembleia da República - Comissão do Orçamento, Finanças e Administração Pública - a Audição Parlamentar aos membros da APRe!, subscritores da Petição Pública "Em defesa dos Aposentados, Pensionistas e Reformados" que tem como primeira subscritora Maria do Rosário Gama, Coordenadora do nosso Movimento. 
A Audição foi dirigida pela Relatora da Petição, deputada Elsa Cordeiro (PSD), teve a participação da deputada Vera Rodrigues (CDS) e dos seguintes representantes da APRe!, subscritores da Petição: Maria do Rosário Gama, Henrique Rodrigues, Fernando Martins, Carlos Frade, Teresa Rio, Isabel Campos, José Vieira Lourenço, Maria Virgínia Machado, Maria João Neto e Pedro Martins.
Maria do Rosário Gama, Henrique Rodrigues e Fernando Martins, tiveram oportunidade de expor os fundamentos em que a APRe! se sustenta para contestar a legalidade da Lei do Orçamento, no que se refere aos cortes previstos no rendimento dos pensionistas, em geral.
Rosário Gama deteve-se, essencialmente, sobre aspectos de natureza jurídico-constitucional com base em pareceres, em poder da APRe!, de prestigiados constitucionalistas; Henrique Rodrigues argumentou, com fundamento, sobre a falta de cumprimento por parte do estado, como entidade patronal, no pagamento das suas contribuições para os fundos de pensões dos funcionários públicos e na utilização, para fins diversos da sua constituição, de valores afectos aos fundos de pensões da segurança social; Fernando Martins colocou em evidência a tremenda ilegalidade que representa a tributação prevista nas normas orçamentais que fazem recair sobre poupanças privadas convertidas em pensões complementares, rendas vitalícias e outras, a aplicação da Contribuição Extraordinária de Solidariedade. 
Registe-se o nosso desapontamento pela ausência, nesta Audição, de deputados da oposição que, segundo informação prestada pela Relatora da Petição, tinham sido informados da sua realização. 
Uma última nota, para manifestar a nossa preocupação e estranheza pelo facto de qualquer das deputadas presentes, membros da Comissão Parlamentar especializada na matéria, ignorarem a situação exposta por Fernando Martins, no que respeita aos Fundos de Pensões Privados, e que consta do Art.º 78, n.º 3, da Lei do Orçamento.

(Blogue Apre!)

15.9.12

15 de Setembro


O POVO UNIDO JAMAIS SERÁ VENCIDO
Coimbra assistiu hoje ao civilizado protesto de mais de vinte mil cidadãos, descontentes com as políticas seguidas pelos seus governantes. Terá sido a maior manifestação realizada em Coimbra depois do 1.º de Maio de 1974.
Uma enorme torrente de gente de todos as matizes, da esquerda e da direita, novos e velhos, estudantes e operários, pobres e ricos, desfilou pela cidade e, em uníssono, gritou a sua revolta, o seu desencanto e a sua desesperança pelo futuro do país, não se conformando com a política do empobrecimento.

4.6.12

A Minha Hora


Aldeias de Portugal 

A MINHA HORA

Que horas são? O meu relógio está parado,
Há quanto tempo!...
Qu...
e pena o meu relógio estar parado
E eu não poder marcar esta hora extraordinária!
Hora em que o sonho ascende, lento, muito lento,
Hora som de violino a expirar... Hora vária,
Hora sombra alongada de convento...

Hora feita de nostalgia
Dos degredados...
Hora dos abandonados
E dos que o tédio abate sem cessar...
Hora dos que nunca tiveram alegria,
Hora dos que cismam noite e dia,
Hora dos que morrem sem amar...

Hora em que os doentes de corpo e alma,
Pedem ao Senhor para os sarar...
Hora de febre e de calma,
Hora em que morre o sol e nasce o luar...
Hora em que os pinheiros pela encosta acima,
São monges a rezar...

Hora irmã da caridade
Que dá remédio aos que o não têm...
Hora saudade...
Hora dos Pedro Sem...
Hora dos que choram por não ter vivido,
Hora dos que vivem a chorar alguém...

Hora dos que têm um sonho águia mas... ai!
Águia sem asas para voar...
Hora dos que não têm mãe nem pai
E dos que não têm um berço p'ra embalar...
Hora dos que passam por este mundo,
De olhos fechados, a sonhar...

Hora de sonhos... A minha hora
- 'Stertor's de sol, vagidos de luar -
Mas... ai! a lua lá vem agora...
- Senhora lua, minha senhora,
Mais um minuto para a minha hora,
Mais um minuto para sonhar...

Poema: Saúl Dias (1902 - 1983)
Foto: Rui Pires

5.1.12

Coimbra Menos

escola1
Escolas Básica Quinta das Flores

Dezenas de crianças que frequentam o primeiro ciclo e o jardim-de-infância das escolas da Quinta das Flores e de Montes Claros voltaram a ficar, hoje, sem almoço, soube o “Campeão”.
Trata-se de uma situação idêntica à ocorrida ontem, porquanto a Gertal, empresa contratada pela Câmara de Coimbra para as refeições escolares, havia distribuído comida insuficiente para o número de alunos.
Questionado pelo nosso Jornal, o vereador da Câmara de Coimbra, João Orvalho, confirmou o sucedido e declarou que já foram pedidos esclarecimentos à empresa de restauração.
O edil remeteu para o dia de amanhã uma tomada de posição sobre este assunto, uma vez que está agendada uma reunião com os responsáveis da Gertal, com o objectivo de tratar de um conjunto de situações que, no seu entender, “não estão a correr da melhor forma”.
Sobre esta matéria, o presidente da Câmara de Coimbra, João Paulo Barbosa de Melo, admitiu, hoje de manhã, que o Município pode recorrer à resolução do contrato com a empresa contratada pela autarquia para o fornecimento das refeições escolares.
O edil reagiu, desta forma, ao facto de as refeições ontem distribuídas, à hora do almoço, não terem chegado para todas as crianças que frequentam o primeiro ciclo e o jardim-de-infância nas escolas da Quinta das Flores e de Montes Claros.
“É uma situação grave e não pode acontecer”, disse Barbosa de Melo.
O autarca defende que a Gertal tem um contrato com o Município, que implica fornecer as refeições nas escolas, a determinadas horas e cumprindo um conjunto de regras que estão bem definidas.
“Há um caderno de encargos que não está a ser cumprido; ou a empresa cumpre o contrato ou a Câmara pode recorrer à sua resolução”, afirmou.
Desde que iniciou a prestação do serviço de confecção e distribuição de refeições para as escolas do primeiro ciclo e jardins-de-infância do concelho de Coimbra, a Gertal tem vindo a ser alvo de várias críticas relacionadas quer com a quantidade quer com a qualidade das refeições.
Uma destas situações foi motivadora de uma queixa apresentada junto da Autoridade de Segurança Alimentar e Económica, por membros do Conselho Geral da Escola Secundária de Avelar Brotero, visando a empresa de restauração por esta se ter recusado a apresentar o livro de reclamações.
(Campeão Online)

6.11.11

Metro Mondego

Metro_Mondego
O Tribunal de Contas revelou que o Metro Mondego sofreu um aumento de custos quatro vezes superior ao inicialmente previsto e recomendou ao Governo que decida, com brevidade, sobre o destino dar ao projecto.
A Sociedade Metro Mondego, fundada em 1994, anda há dezassete anos a desperdiçar excessivos recursos públicos para a instalação do chamado Sistema de Mobilidade do Mondego que, inicialmente, não era mais do que a modernização do serviço de comboio existente há mais de cem anos entre a Lousã e Coimbra.
O relatório agora divulgado pelo Tribunal de Contas vem revelar que os custos passaram de uma estimativa de 122 milhões de euros, feita em 1997, para 512 milhões, em 2011.
Este Tribunal chama ainda a atenção para o despesismo da administração da Metro Mondego que, segundo o relatório, entre 1997 e 2010, despendeu com os seus órgãos sociais cerca de 3,4 milhões de euros. Destes, cerca de 3,3 milhões foram despendidos, nomeadamente, com os três executivos do conselho de administração.

19.10.11

Castelo Viegas

Couve cto viegas

A Junta de Freguesia de Castelo Viegas e a Confraria das Couves desta localidade concretizaram hoje a distribuição graciosa de couves, produto da sua horta comunitária, pelas Instituições de Solidariedade Social do Concelho de Coimbra. 
Testemunharam o acontecimento, para além de membros do Centro Social de Castelo Viegas, crianças do Agrupamento de Escolas de Ceira e EB1 de Castelo Viegas, a quem foi explicado o ciclo de criação das couves.
Felicitamos vivamente, por esta interessante iniciativa, o dinâmico Presidente da Junta de Freguesia, Sr. Carlos Ferreira, um homem dedicado a causas sociais.

16.9.11

Universidade

coimbra-universidade

A Universidade de Coimbra é a universidade portuguesa melhor classificada no «raking» mundial «QS World University Rankings 2011». A instituição foi distinguida na 394ª posição. É a única, em Portugal, a constar no «top» 400 das melhores universidades do mundo publicado pela organização «QS - Quacquarelli Symonds».
A Universidade de Coimbra é também a universidade portuguesa mais bem posicionada em quatro dos «rankings», por área científica, instituídos pela mesma organização: Ciências da Vida e Medicina, Artes e Humanidades, Ciências Sociais e Gestão e Ciências Naturais.
A reputação académica, empregabilidade, citações científicas, desempenho dos estudantes, presença do corpo docente internacional e o número de estudantes internacionais nas instituições foram os cinco critérios de avaliação do «QS Top World University Rankings».