28.7.20
25.10.15
Não
Não
Nenhum poder
há-de calar
o murmúrio das águas
das nascentes
o cântico dos pássaros
voantes
o uivar dos lobos
carecentes
e os sons da natureza
delirantes.
Nenhum poder
há-de impedir
da maresia, o cheiro
penetrante
o brilho do sol
incandescente
a aragem dos ventos
do levante
e as gotas da chuva
na torrente.
Nenhum poder
há-de matar
um sonho de criança
a germinar
o desejo nos jovens
de aprender
o direito no homem
de pensar
da suprema liberdade
o que escolher.
(pm)
7.10.15
Nuvens
Capacetes de chumbo
cobrem os céus
de águas mil.
São véus
que escondem utopias
folgares, alegrias
e nos roubam o calor
do Sol de Abril.
As águas límpidas
turvaram e prenharam
os rios da incerteza.
São lágrimas
que regam prostração
dor, humilhação
sulcando os rostos
da fome e da pobreza.
Botas cardadas
marcam o compasso
na terra dos cravos.
As agras de pão
são notas de contos
mercados, aprontos
de campos fecundos
p´ra novos escravos.
pm
Out2015
18.4.15
12.3.15
16.1.15
24.12.14
Natal 2014
Natal
Cantam os coros
Notas tão belas
Tocam as orquestras
Brilham as estrelas
Deuses e profetas
Nos hinos dos cantores
Estoiram alegrias
Prendas e louvores.
E num recanto esconso
Duma rua estreita
Na noite profunda
Escura e medonha
Há um homem que espreita
Uma nesga de esperança
Há um homem que sofre
De fome e vergonha.
Porquê, o Natal?
(pm)
27.11.14
Cante Alentejano
Cante Alentejano foi hoje classificado pela UNESCO como Património Cultural Imaterial da Humanidade. Deixo aqui a minha homenagem.
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