21.6.12

Vento


Vento,
vem até mim,
escuta a voz de um coração
onde só resta a saudade,
entende o meu sofrimento,
escuta com atenção
e vai,
por piedade de mim.

Vai pelos montes, vai sem palavra,
vai pelas planícies, também,
mas vai num momento
e leva,
leva o meu amor que lavra
e entrega-o depois a quem
por mim suspirar, oh vento.

Vai e sê meu amigo,
vôa sempre, sempre, sempre ...
ah, se pudesse ir contigo ...

Jorge Dias
Coimbra 1966