1873 - Primeiro episódio da história desta linha
Está em festa a Lousã. A partir de hoje, tem lugar no mundo activo e febril da civilização; ficam-lhe abertas as portas de todos os grandes centros da actividade humana (…) A partir de hoje tem a Lousã o seu caminho-de-ferro.
(excerto do jornal Louzanense de Dezembro de 1906).
(excerto do jornal Louzanense de Dezembro de 1906).
A construção do Ramal da Lousã foi oficialmente anunciada por Portaria no reinado de D. Luis I, no ano de 1873. Em 1887 foi concessionada à firma Fonsecas, Santos & Viana uma linha de via reduzida entre Coimbra e Arganil, com passagem por Miranda do Corvo e Lousã. Esta mesma empresa solicita a substituição da via reduzida por uma via larga tendo em mente o possível prolongamento do Ramal da Lousã até à Covilhã, na Linha da Beira Baixa.
Logo no ano seguinte, um segundo alvará atribui a concessão da via à Companhia do Caminho de Ferro do Mondego, que em 1897, declara falência.
Os trabalhos de construção do troço de linha entre Coimbra e Lousã, numa extensão de 29 km, tiveram início em 1889 e prolongaram-se por dezassete anos.
A chegada da primeira locomotiva foi comemorada com pompa e circunstância, o dia 16 de Dezembro de 1906 foi de festa para a Lousã, «houve grandes festejos – muita música e muitos foguetes, tendo afluído ali enorme quantidade de pessoas», como relatava à época o semanário A Comarca de Arganil.
No ano seguinte, em 1907, foram feitas as primeiras tentativas de dar continuidade à obra, prolongando a sua extensão até Arganil, objectivo que nunca viria a ser concretizado para além de Serpins, localidade que ainda hoje é o términus deste Ramal. A inauguração do troço Lousã - Serpins ocorreu no dia 10 de Agosto de 1930.
Por ocasião das comemorações do centenário do ramal da Lousã, em 2006, foi inaugurado em Miranda do Corvo um monumento de homenagem aos ferroviários.