31.12.11
Basófias
Capas Negras
Mondego chora por mim
As lágrimas que eu sei de cor
O que há-de ser de mim
Se já não sei do meu amor.
Mondego chora por fim
As lágrimas que minh'alma tece
Pois parece que não tem fim
A solidão que me amanhece.
Mas hoje seca teu pranto
Ergue os olhos levanta a voz
Que nascerá de nosso canto
Que nos fará não sentir sós.
Eduardo Filipe
30.12.11
A Fonte dos Amores
Eis os sítios formosos, onde a triste
Nos dias d’ilusão viveu ditosa;
Eis a fonte serena, e os altos cedros
Que os segredos d’amor inda lhe guardam.
Oh! Quantas vezes, solitária fonte,
Após longo vagar por esses campos
Do plácido Mondego, nestas margens
A namorada Inês veio assentar-se,
E ausente de seu bem carpir saudosa,
Aos montes e às ervinhas ensinando
O nome que no peito escrito tinha!
E quantas, quantas vezes no silêncio
Desta grata soidão viste os amantes,
Esquecidos do mundo e a sós felizes,
Nos êxtases da terra os céus gozando!
Pobre, infeliz Inês! breves passaram
Os teus dias d’amor e de ventura.
Ao régio moço o moço renderas,
E o que em todos é lei, em ti foi crime.
Eis do bárbaro pai, do rei severo,
Se arma a dextra feroz, ei-lo que aos sítios
Onde habitava amor conduz a morte.
Distante do teu bem, ao desamparo,
Ai! não pudeste conjurar-lhe as iras.
Debalde aos pés d’Afonso lacrimosa
Pediste compaixão; debalde em ânsias
Abraçando teus filhinhos inocentes,
Os filhos de seu filho, a natureza
Invocaste e a piedade: a voz dos ímpios,
Dos vis algozes, te abafou as queixas,
E o cego rei te abandonou aos monstros.
Ei-los a ti correndo, ei-los que surdos
Aos ais, aos rogos que tremendo soltas,
No palpitante seio cristalino,
Que tanto amou, oh bárbaros! os ferros,
Os duros ferros com furor embebem.
Prostrada, agonizante, os doces filhos
Por derradeira vez unes ao peito,
E de teu Pedro murmurando o nome,
Aos inocentes abraçada expiras.
Inda, infeliz Inês, inda saudosos
Estes sítios que amavas te pranteiam.
As aves do arvoredo, os ecos, brisas,
Parecem murmurar a infanda história;
Teu sangue tinge as pedras, e esta fonte,
A fonte dos amores, dos teus amores,
Como que em som queixoso inda repete
Às margens, e aos rochedos comovidos,
Teu derradeiro, moribundo alento.
Soares de Passos
29.12.11
Em Coimbra Serei Tua
Né Ladeiras
Três luzes acesas
Serão o meu sinal
Quando me cantares
A serenata dos teus desejos
Guitarras tremendo baixinho
À noite naquele choupal
Em Coimbra serei tua
Em Coimbra serei tua
Num barco sòzinho
Desceremos o Mondego
Quando me cantares
A serenata dos teus desejos
Guitarras tremendo baixinho
À noite naquele choupal
Em Coimbra serei tua
Em Coimbra serei tua
Serão o meu sinal
Quando me cantares
A serenata dos teus desejos
Guitarras tremendo baixinho
À noite naquele choupal
Em Coimbra serei tua
Em Coimbra serei tua
Num barco sòzinho
Desceremos o Mondego
Quando me cantares
A serenata dos teus desejos
Guitarras tremendo baixinho
À noite naquele choupal
Em Coimbra serei tua
Em Coimbra serei tua
28.12.11
Rua da Sofia
Coimbra
Em 1500, Frei Brás de Braga, um homem despótico e firme nas suas convicções, presidia aos destinos do Mosteiro de Santa Cruz de Coimbra.
A ele se deve a abertura da rua da Sofia, ou Rua da Sabedoria, que, com 15 metros de largura, era a mais larga do país naquele tempo.
A Rua da Sofia, aberta segundo o modelo parisiense da Rue de Sorbonne, iria servir de suporte aos colégios que as diversas ordens religiosas deveriam erguer em Coimbra, na sequência do estabelecimento definitivo da Universidade, na cidade, em 1537.
27.12.11
26.12.11
Coimbra Mais
Carlos Ferreira
"Coimbra Mais" vai para Carlos Alberto Ferreira, o dinâmico Presidente da Junta de Freguesia de Castelo Viegas, que vem fomentando a recuperação do plantio da tradicional e afamada couve de Castelo Viegas.
Num acto de generosidade para com aqueles que mais precisam, procedeu na véspera de Natal, pelo segundo ano consecutivo, à distribuição gratuita, na baixa da cidade, do produto da horta comunitária que instalou naquela freguesia.
Um bom exemplo de pobres a ajudar pobres.
Bem Haja!
Num acto de generosidade para com aqueles que mais precisam, procedeu na véspera de Natal, pelo segundo ano consecutivo, à distribuição gratuita, na baixa da cidade, do produto da horta comunitária que instalou naquela freguesia.
Um bom exemplo de pobres a ajudar pobres.
Bem Haja!
25.12.11
Concerto de Música
À Meia Noite ao Luar
Concerto Coral com Orquestra
Antigos Orfeonistas e Orquestra Clássica do Centro
24.12.11
Contos de Fajão
O BURRO MATA-LOBOS
Era uma vez um almocreve que tinha um burro já velho e podre e queria desfazer-se dele. Então, quando vinha das Voltinhas para cima, vinha tocando o burro e dizendo: arre burro, mata-lobos, vai à serra e mata-os todos. O Pascoal, que andava na sua propriedade no Reboludo, ao ouvir aquilo, veio à pressa para a vila, e reuniu com todos os donos de rebanhos, para comprarem o burro que matava os lobos.
Todos concordaram em comprar o burro e foram ter com o almocreve, para ver quanto é que ele queria pelo animal. O almocreve o que queria era vendê-lo, mas fez-se rogado, para lhe render mais. Por fim assentaram no preço: trinta mil réis e uma carga de presuntos. E lá compraram o burro que matava os lobos. Então formaram entre todos uma escala, para cada dia lá ir um prender o burro no alto da serra. Como não havia árvores levavam uma estaca e uma corda comprida, para o burro, de noite, apanhar os lobos. O que lá foi no primeiro dia não espetou bem a estaca. Alta noite os lobos atacaram o burro, e ele foge espavorido para a vila, arrancando a estaca e arrastando a estaca, até chegar ao adro da igreja. Por acaso a porta da igreja estava aberta, e o burro refugiou-se lá dentro. Mas um lobo que vinha a persegui-lo entrou também, e o burro deu a volta pela capela-mor e saiu pela porta principal. Como levava a corda de rastos, e a estaca atravessada na ponta da corda, a estaca fechou as duas meias portas, de modo que o lobo ficou fechado dentro da igreja. Ora naquele tempo a corda do sino era uma videira comprida, ainda com folhas verdes. O burro, coitado, estava cheio de fome e começou a roer as folhas da videira, e o sino começou a tocar. E quanto mais o burro roía, mais o sino tocava. Acorda todo o povo que, espavorido, acorre ao adro. Ao verem aquele espectáculo, ficaram pasmados e disseram: ai que inteligência! Abençoado dinheiro que a gente deu pelo burrinho! Mete o lobo na igreja, fecha-lhe a porta e toca o sino para a gente ver a inteligência dele!
Depois foram buscar uma escada, subiram ao telhado, desviaram as telhas e, com o auxílio da luz da lâmpada, viram lá em baixo o lobo. Então o Pascoal desceu ao coro, e não esteve com meias medidas: pegou num arado, (porque era no coro que guardavam os arados e as grades), pegou portanto num arado e pô-lo ao ombro, para o atirar para cima do lobo. Mas esqueceu-se de lhe tirar o chavelhão, de modo que, ao atirar o arado, o chavalhão prendeu-se ao pescoço ou ao fato do Pascoal, e lá vai ele do coro abaixo juntamente com o arado.
Então começaram todos a gritar: ai que lá come o home o lobo!
Resolveram então abrir as portas da igreja, enquanto outros se preparavam com enxadões, sacholas e forquilhas para apanharem o lobo. Mas não tiveram sorte, porque o lobo, quando apanhou a porta aberta, deu um salto por cima deles, mijando-lhes até para cima, e ó patas, para que te quero.
23.12.11
Natal dos Simples
Vamos cantar as janeiras
Vamos cantar as janeiras
Por esses quintais adentro vamos
Às raparigas solteiras
Vamos cantar orvalhadas
Vamos cantar orvalhadas
Por esses quintais adentro vamos
Às raparigas casadas
Vira o vento e muda a sorte
Vira o vento e muda a sorte
Por aqueles olivais perdidos
Foi-se embora o vento norte
Muita neve cai na serra
Muita neve cai na serra
Só se lembra dos caminhos velhos
Quem tem saudades da terra
Quem tem a candeia acesa
Quem tem a candeia acesa
Rabanadas pão e vinho novo
Matava a fome à pobreza
Já nos cansa esta lonjura
Já nos cansa esta lonjura
Só se lembra dos caminhos velhos
Quem anda à noite à ventura
Zeca Afonso
21.12.11
Fontanário
Após alguns precalços, peça que abastecia água na Alta desde o início do século XX voltou ao local de origem, desta vez para fazer as delícias e matar a sede aos turistas
A história é longa e remonta ao início do século XX. Tem vários episódios, uns mais felizes, outros mais tristes. Na década de 80 deixou de funcionar, em 2006 foi destruído por um automóvel. Mas, ontem, assistiu-se ao final feliz do fontanário da Sé Velha, com uma cerimónia simbólica em que, pela mão dos presidentes das juntas das freguesias da Sé Nova e da Almedina a água voltou a jorrar das douradas torneiras daquela peça da história da cidade.
«Esta é um momento que vale pelo simbolismo que tem esta peça para as pessoas da Sé Nova, de Almedina e para a cidade», sublinhou Carlos Lopes, acompanhado por Helder Abreu, que se congratulou por ter sido possivel fazer «renascer uma coisa que estava atirada para o esquecimento» mas que, neste momento, pode ser mais um atractivo turístico para a zona da Sé Velha.
DC
20.12.11
Natal
Natal divino ao rés-do-chão humano,
Sem um anjo a cantar a cada ouvido.
Encolhido
À lareira,
Ao que pergunto
Respondo
Com as achas que vou pondo
Na fogueira.
O mito apenas velado
Como um cadáver
Familiar…
E neve, neve, a caiar
De triste melancolia
Os caminhos onde um dia
Vi os Magos galopar…
Miguel Torga
19.12.11
A Morte Saiu à Rua
Passa hoje o 50.º aniversário sobre a morte do artista plástico José Dias Coelho, assassinado pela PIDE numa rua de Lisboa.
Zeca dedicou esta música à sua memória.
16.12.11
Esperei por Ti
Esperei por ti
em Dezembro.
Estive a rezar.
Aguardei, do Pai Natal,
a tua presença amiga,
o teu calor, minha Mãe.
Mas não senti,
como desde que me lembro,
o teu olhar,
nem qualquer outro sinal
que me trouxesse a cantiga
que costumavas cantar,
minha Mãe.
Jorge Dias
15.12.11
Fernando Assis Pacheco
Jornalista e escritor, nasceu em Coimbra em 1 de Fevereiro de 1937. Morreu no dia 30 de Novembro de 1995 como gostariam de morrer muitos escritores: numa livraria. Foi na Bucholz, em Lisboa.
______________________
Chula das Fogueiras
Amor amor meu big amor
eu dizia shazam e tu não me ligavas
pus Mandrake a seguir-te hábil nos truques
e tu não me ligavas
em qualquer planeta verde e avançadíssimo
tu não me ligavas
estendi o meu braço Homem de Borracha até S. Martinho do Bispo
e tu não me ligavas ponta nenhuma
tu querias era casar na Sé Nova
branquingénua abusar do meu livre alvedrio
fiz-te pois um manguito do tamanho dum choupo
e cá estou pai de filhos um bocado estragado
mas não por tua causa que já não existes
ó sombra de sombra à esquina da farmácia.
Fernando Assis Pacheco
14.12.11
Rio Mondego
Daniel Pinheiro
Realizador
Este documentário, filmado em Maio/Junho de 2011 e que tem o Rio Mondego como protagonista, corresponde ao trabalho final de mestrado do jovem realizador de Coimbra, Daniel Pinheiro, na Universidade Britânica de Salford.
Trata-se duma viagem pelo rio, da nascente até à foz, que inclui registos da vida selvagem. É um trabalho que exigiu muita paciência, com imensas horas de espera em abrigos, como aconteceu com o melro-d’água em que foi necessária uma espera de uma semana para o filmar.
Trata-se duma viagem pelo rio, da nascente até à foz, que inclui registos da vida selvagem. É um trabalho que exigiu muita paciência, com imensas horas de espera em abrigos, como aconteceu com o melro-d’água em que foi necessária uma espera de uma semana para o filmar.
13.12.11
Calhabé
Calhabé - Coimbra
Se as Cidades e os Bairros
Competissem em beleza,
Coimbra e o Calhabé
Ganhariam com certeza.
António Ferreira
1959
12.12.11
11.12.11
10.12.11
Ainda da Lisonja à Lei dos Graves
Abrunheiro - Coimbra / 1994
Do pântano de outrora, resta a secura do chão, todo ele gretado, a toda a extensão que os olhos persigam. É a vileza do deserto denunciada há muito. Ou será a ameaça, antes promessa tão vicejante como o cristal das risadas infantis em liberdade, a consumar-se. Ou ainda a sensação inimaginável de cócegas, desde sempre conservadas na lembrança, se nos fosse concedida a puerilidade de pisar e repisar esse mesmo chão definido por medonhas gretas com os pés a nu, o que equivale a dizer tão descalços e libertos de calos como à nascença.
Qual máscara aquém da queda iminente, a tela devolve o dia à noite e o sol é a lua. Mas persiste a sombra estendida na terra, que nem lençol por demais puído a corar no areal. E mais uma vez em pose (porque é já recorrente, ainda que obscura, esta evocação dos versículos da fruta roubada e mordiscada pelos primatas iniciais), a nudez personificável como hipótese de tentação, e tão ali à mão, que se lhe toca.
Ajuste-se então o ludíbrio à ficção da realidade, e o deserto tornará a vicejar para repouso, ou repasto, de quem nas lendas acredite ainda.
josé daniel abrunheiro
Do pântano de outrora, resta a secura do chão, todo ele gretado, a toda a extensão que os olhos persigam. É a vileza do deserto denunciada há muito. Ou será a ameaça, antes promessa tão vicejante como o cristal das risadas infantis em liberdade, a consumar-se. Ou ainda a sensação inimaginável de cócegas, desde sempre conservadas na lembrança, se nos fosse concedida a puerilidade de pisar e repisar esse mesmo chão definido por medonhas gretas com os pés a nu, o que equivale a dizer tão descalços e libertos de calos como à nascença.
Qual máscara aquém da queda iminente, a tela devolve o dia à noite e o sol é a lua. Mas persiste a sombra estendida na terra, que nem lençol por demais puído a corar no areal. E mais uma vez em pose (porque é já recorrente, ainda que obscura, esta evocação dos versículos da fruta roubada e mordiscada pelos primatas iniciais), a nudez personificável como hipótese de tentação, e tão ali à mão, que se lhe toca.
Ajuste-se então o ludíbrio à ficção da realidade, e o deserto tornará a vicejar para repouso, ou repasto, de quem nas lendas acredite ainda.
josé daniel abrunheiro
9.12.11
Fado Triste
Do filme "O Pátio das Cantigas", este "Fado Triste" renasce cantado por Mário Rovira, acompanhado pelo o grupo musical "Raízes de Coimbra", com arranjo de Rui Pato.
8.12.11
6.12.11
Balada do Fim do Ano
A cabra quando badala
Tem um ar de desengano
Parece que diz à gente
Cautela com o fim do ano
A cabra, sino de esperança
Toca no alto da torre
Parece que diz à gente
A juventude não morre
5.12.11
Fábrica da Cerveja
Coimbra
O edifício da Fábrica de Cerveja de Coimbra, desactivada há muitos anos, foi entregue ao abandono e oferece este aspecto degradante. Era aqui que se fabricava uma das melhores cervejas do País para o que concorria, como constava na época, a qualidade da água utilizada. Topázio era a branca e Onix a preta. A administração desta empresa, rendida aos resultados das chamadas economias de escala, desactivou esta unidade e concentrou o fabrico em Vialonga. E as instalações? Ficaram aqui abandonadas para perpetuar a memória da existência da fábrica?
3.12.11
Jardim Botânico
Conheça, nesta pequena visita, as estórias de algumas árvores do Jardim Botânico da Universidade de Coimbra. Uma pequena amostra das cerca de 2500 espécies que povoam os 13,5 hectares de jardim.
2.12.11
Quase Um Poema de Amor
Há muito tempo já que não escrevo um poema
De amor.
E é o que eu sei fazer com mais delicadeza!
A nossa natureza
Lusitana
Tem essa humana
Graça
Feiticeira
De tornar de cristal
A mais sentimental
E baça
Bebedeira.
Mas ou seja que vou envelhecendo
E ninguém me deseje apaixonado,
Ou que a antiga paixão
Me mantenha calado
O coração
Num íntimo pudor,
Há muito tempo já que não escrevo um poema
De amor
Miguel Torga
1.12.11
Serenata
1947
Capas Negras
Capas Negras
Pequeno excerto do filme "Capas Negras", realizado em 1947 por Armando de Miranda, tendo como intérpretes Alberto Ribeiro e Amália Rodrigues
30.11.11
Brazão de Coimbra
Já muito se escreveu sobre este brasão, mas a lenda relatada por Frei Bernardo de Brito é, sem dúvida, a mais bela e a de maior aceitação.
Ataces, rei dos Alanos, depois de destruir completamente a cidade de Conímbriga, decidiu fundar ou restaurar uma outra com o mesmo nome na margem direita do Mondego.
Quando Ataces andava a dirigir a edificação dessa nova Coimbra, eis que subitamente surge o rei suevo Hermenerico com o seu exército, para dela se apoderar e se vingar de derrotas sofridas. O combate que se travou entre as duas facções foi de tal modo sangrento que as águas do Mondego se tingiram de vermelho.
Hermenerico retirou-se para o Norte, mas Ataces foi em sua perseguição e o rei suevo viu-se forçado a pedir a paz. Para tanto, ofereceu ao vencedor a mão da princesa Cindazunda, sua filha. Como é de regra em tais casos, diz a lenda que Cindazunda era extremamente bela e que Ataces logo dela se enamorou. Vem o régio par de noivos a caminho de Coimbra, acompanhado de sogro e pai, e em breve se realizam os esponsais e bodas, com a magnificência devida.
Para comemorar tão extraordinário acontecimento, Ataces concedeu à cidade de Coimbra o brasão que ainda hoje se mantém no fundamental. A donzela coroada é Cindazunda; a taça representa o seu casamento com Ataces; o leão é o timbre de Ataces; o dragão, o timbre de Hermenerico.
Ataces, rei dos Alanos, depois de destruir completamente a cidade de Conímbriga, decidiu fundar ou restaurar uma outra com o mesmo nome na margem direita do Mondego.
Quando Ataces andava a dirigir a edificação dessa nova Coimbra, eis que subitamente surge o rei suevo Hermenerico com o seu exército, para dela se apoderar e se vingar de derrotas sofridas. O combate que se travou entre as duas facções foi de tal modo sangrento que as águas do Mondego se tingiram de vermelho.
Hermenerico retirou-se para o Norte, mas Ataces foi em sua perseguição e o rei suevo viu-se forçado a pedir a paz. Para tanto, ofereceu ao vencedor a mão da princesa Cindazunda, sua filha. Como é de regra em tais casos, diz a lenda que Cindazunda era extremamente bela e que Ataces logo dela se enamorou. Vem o régio par de noivos a caminho de Coimbra, acompanhado de sogro e pai, e em breve se realizam os esponsais e bodas, com a magnificência devida.
Para comemorar tão extraordinário acontecimento, Ataces concedeu à cidade de Coimbra o brasão que ainda hoje se mantém no fundamental. A donzela coroada é Cindazunda; a taça representa o seu casamento com Ataces; o leão é o timbre de Ataces; o dragão, o timbre de Hermenerico.
28.11.11
É Preciso Acreditar
Luiz Goes
Convento da Cartuxa - Caxias
É preciso acreditar
que o sorriso de quem passa
é um bem para se guardar
que é luar ou sol de graça
que nos vem alumiar ... com amor alumiar
É preciso acreditar
que uma vela ao longe solta
é um bem para se guardar
que se um barco parte ou volta
passará no alto mar ... e é livre o alto mar
É preciso acreditar
que a canção de quem trabalha
é um bem para se guardar
E não há nada que valha
a vontade de cantar ... a qualquer hora cantar
É preciso acreditar
Que esta chuva que nos molha
é um bem para se guardar
que há sempre terra que colha
um ribeiro a despertar .... para um pão por despertar.
26.11.11
24.11.11
Trova do Vento que Passa
Poema de Manuel Alegre
Voz de Adriano Correia de Oliveira
"mesmo na noite mais triste
em tempo de servidão
há sempre alguém que resiste
há sempre alguém que diz não"
23.11.11
Contos de Fajão
O Morto Que Falou
Uma vez um homem que estava a cortar uma pernada dum castanheiro, ali ao fundo do Reboludo, mas estava sentado na parte que havia de cair.
Passou por ali um almocreve, que vinha para Fajão, e vai aqui assim:
Então o senhor está sentado na pernada que está a cortar?! Está aqui está no chão!
- Qual quê? Eu sei bem o que estou a fazer!
- Ai sim? Então passe muito bem.
E seguiu adiante.
Daí a nada esgalhou a pernada e o homem caiu.
Então pensou : Vou lhe perguntar quando é que eu morro.
Foi a correr e ainda o alcançou.
- Olhe lá, o senhor com certeza é santo: disse que eu caía e caí mesmo.
É capaz de me dizer quando é que eu morro?
- Olhe, o senhor vá, carregue o burro com a lenha, e ponha-o diante a andar para Fajão .
Quando ele der o terceiro traque o senhor morre. O homem foi, cortou a lenha do castanheiro, carregou o burro e pô-lo a andar para Fajão.
Daí a pouco, o burro, ao dar uma passada mais difícil, soltou um traque.
- Mau! disse o homem. Já foi o primeiro.
Um pouco mais acima, noutro passo mais difícil, segundo traque.
- Alto! que isto agora está sério! Já só falta um! Tenho de tomar providências.
Então fez uma rolha de pau e meteu-a no cu do burro, para ver se não vinha o terceiro traque.
Mas ao entrar na calçada do Reboludo, o burro não se conteve, e foi rolha e tudo direito à testa do homem.
O homem caiu atordoado e deu-se por morto.
Os de Fajão, quando viram lá chegar o burro sem o dono, foram à cata dele e encontraram-no estendido. Veio o barbeiro e verificou o óbito. De maneira que, trouxeram um esquife e organizaram o cortejo para o cemitério.
Mas quando chegaram às Almas, onde há dois caminhos, um pela vila e outro directo ao cemitério, começaram a discutir por onde é que o haviam de levar. Uns, porque deve ir pela vila, outros, porque é melhor ir directamente para o cemitério.
Como não chegassem a um acordo, o Pascoal, já meio irritado, teve uma ideia:
- O morto que diga por onde quer que a gente o leve!
Então o morto soergueu-se no esquife e disse com voz do outro mundo: «Eu quando era vivo ia por ali; agora, que estou morto, levem-me por onde quiserem».
E tornou-se a deitar. E lá o levaram por onde ele disse que ia em vida.
Uma vez um homem que estava a cortar uma pernada dum castanheiro, ali ao fundo do Reboludo, mas estava sentado na parte que havia de cair.
Passou por ali um almocreve, que vinha para Fajão, e vai aqui assim:
Então o senhor está sentado na pernada que está a cortar?! Está aqui está no chão!
- Qual quê? Eu sei bem o que estou a fazer!
- Ai sim? Então passe muito bem.
E seguiu adiante.
Daí a nada esgalhou a pernada e o homem caiu.
Então pensou : Vou lhe perguntar quando é que eu morro.
Foi a correr e ainda o alcançou.
- Olhe lá, o senhor com certeza é santo: disse que eu caía e caí mesmo.
É capaz de me dizer quando é que eu morro?
- Olhe, o senhor vá, carregue o burro com a lenha, e ponha-o diante a andar para Fajão .
Quando ele der o terceiro traque o senhor morre. O homem foi, cortou a lenha do castanheiro, carregou o burro e pô-lo a andar para Fajão.
Daí a pouco, o burro, ao dar uma passada mais difícil, soltou um traque.
- Mau! disse o homem. Já foi o primeiro.
Um pouco mais acima, noutro passo mais difícil, segundo traque.
- Alto! que isto agora está sério! Já só falta um! Tenho de tomar providências.
Então fez uma rolha de pau e meteu-a no cu do burro, para ver se não vinha o terceiro traque.
Mas ao entrar na calçada do Reboludo, o burro não se conteve, e foi rolha e tudo direito à testa do homem.
O homem caiu atordoado e deu-se por morto.
Os de Fajão, quando viram lá chegar o burro sem o dono, foram à cata dele e encontraram-no estendido. Veio o barbeiro e verificou o óbito. De maneira que, trouxeram um esquife e organizaram o cortejo para o cemitério.
Mas quando chegaram às Almas, onde há dois caminhos, um pela vila e outro directo ao cemitério, começaram a discutir por onde é que o haviam de levar. Uns, porque deve ir pela vila, outros, porque é melhor ir directamente para o cemitério.
Como não chegassem a um acordo, o Pascoal, já meio irritado, teve uma ideia:
- O morto que diga por onde quer que a gente o leve!
Então o morto soergueu-se no esquife e disse com voz do outro mundo: «Eu quando era vivo ia por ali; agora, que estou morto, levem-me por onde quiserem».
E tornou-se a deitar. E lá o levaram por onde ele disse que ia em vida.
22.11.11
As Pombas
1967
Teatro Avenida
Sarau da Queima das Fitas
Zeca Afonso e Rui Pato interpretam "As Pombas" de Zeca e Luis Andrade.
A foto é desse Sarau e a gravação foi efectuada ao vivo por um espectador.
21.11.11
Basketball Feminino
1942/43
Equipa do União de Coimbra
Da esquerda para a direita:
Em baixo - Ilda Raposo, Olinda Rodrigues e Assunção Rodrigues.
Em cima - ????, Isabel Contente e Lily.
Ilda Raposo também foi uma grande praticante de Natação do União de Coimbra.
Olinda e Assunção, são irmãs de Necas Rodrigues (barbeiro) e Álvaro Rodrigues (antigo árbitro), já falecidos, que foram futebolistas do União. O pai, Daniel Rodrigues (sapateiro) e Carlos Alberto, filho do Álvaro, foram também praticantes de futebol no União.
Família Rodrigues muito bem representada na história desportiva do União de Coimbra.
19.11.11
José Régio
Balada de Coimbra, de José Régio
João Moura - Guitarra Portuguesa
Luís Veloso - Guitarra Clássica
Abel Gonçalves - Flauta
Aurelino Costa - voz
18.11.11
Coimbra
AFONSO DUARTE
Joaquim Afonso Fernandes Duarte nasceu em Ereira, Montemor-o-Velho, no dia 1 de Janeiro de 1884.
Licenciado em Ciências Físico-Naturais, foi professor primário em Coimbra, tendo sido afastado dessas funções por se opor à ditadura de Salazar. É então que se dedica à sua obra poética e à investigação pedagógica.
Foi colaborador das revistas A Águia, A Rajada, Contemporânea, Presença, Seara Nova e Vértice.
Morreu em Coimbra a 5 de Março de 1958.
_________________________________________________________________
Coimbra
Descem do Outeiro as casas da cidade
Como rebanho de ovelhinhas brancas
Que viessem com sede até ao rio.
E, coleante cobra, vai subindo a encosta
Íngreme, a estrada, entre surribos verdes:
É lá o Vale do Inferno onde demora
A curva do caminho, e dá descanso
Múrmura fonte: e donde Coimbra – cidade
É habitável sonho de poetas.
E desço aonde? Aos laranjais das ínsuas,
Às margens dos salgueiros e dos choupos:
“Líricas de Camões” dão-me vigílias,
“Amantes rouxinóis” modulam sonho.
Olha: o Jardim, a Mata, e o par de namorados
Que deslaçam as mãos das verdes heras
Que cobrem os frondosos troncos seculares
Já quando te aproximas! Oh! noivas idades
Que procuram recantos entre as árvores
E as águas que murmuram! Pois os risos
Lavam e as lágrimas enxugam.
Rio acima, para o alto içando as velas,
Lá vêm da Foz as barcas dos serranos
Ajudando-as da margem com as sirgas:
E, num adeus que fica para sempre,
Que lindas, quando as leva o braço e o vento!
Afonso Duarte
17.11.11
Canção da Primavera
Baladas de Outono
Manuel Portugal, Rui Rodrigues, João Queirós e António Ataíde
1996
Concerto realizado pelo grupo no Festival Internacional de Música de Wiesbaden
16.11.11
Coro dos Escravos
"O CORO DOS ESCRAVOS" (OU "O SOL É DOS BRANCOS")
ABRUNHEIRO - COIMBRA/1978
(Óleo s/ madeira - 168 x 56)
Colecção Particular J.O.
Ainda imberbe e com acne na técnica e no porquê da pintura, “pintei” mentalmente este quadro, uns quatro anos antes de o pintar deveras, quando pela primeira vez me vi a ouvir com séria atenção o "Coro dos Escravos" do “Nabuco” de Verdi. Prometi a mim mesmo, na ocasião, que um dia pintaria um quadro com esse nome; e que o faria ouvindo em contínuo o “Va pensiero”, hino de afirmação revolucionária numa Itália então sufocada por austríacos e franceses. E assim veio a ser. É óbvio que estes meus escravos nada têm a ver com os que o bom do Giuseppe pôs a cantar na margem do Jordão, os hebreus. Mas tentam ser expressão da força ― passe a imodéstia ― que ele, de que soberba maneira, com que sublime encanto, tão bem soube perenizar através da música.
Obrigado, amigão Giuseppe, pelo empurrão que me deste.
José Daniel Abrunheiro, em Coimbra e aos 12 de Junho de 2006
15.11.11
Círculo de Artes Plásticas
EXPOSIÇÃO
Está patente até ao próximo dia 9 de Dezembro, na Casa da Cultura, em Coimbra, a Exposição Coletiva "Espaço doméstico em performance".
Está patente até ao próximo dia 9 de Dezembro, na Casa da Cultura, em Coimbra, a Exposição Coletiva "Espaço doméstico em performance".
14.11.11
Com Fúria e Raiva
Sophia de Melo Breyner Andresen
Com fúria e raiva acuso o demagogo
E o seu capitalismo das palavras
Pois é preciso saber que a palavra é sagrada
Que de longe muito longe um povo a trouxe
E nela pôs sua alma confiada
De longe muito longe desde o início
O homem soube de si pela palavra
E nomeou a pedra a flor a água
E tudo emergiu porque ele disse
Com fúria e raiva acuso o demagogo
Que se promove à sombra da palavra
E da palavra faz poder e jogo
E transforma as palavras em moeda
Como se fez com o trigo e com a terra
Sophia de Mello Breyner
13.11.11
A Mulher da Erva
Zeca Afonso
Velha da terra morena
Pensa que é já lua cheia
Vela que a onda condena
Feita em pedaços na areia
Saia rota
Subindo a estrada
Inda a noite
Rompendo vem
A mulher
Pega na braçada
De erva fresca
Supremo bem
Canta a rola
Numa ramada
Pela estrada
Vai a mulher
Meu senhor
Nesta caminhada
Nem m'alembra
Do amanhecer
Há quem viva
Sem dar por nada
Há quem morra
Sem tal saber
Velha ardida
Velha queimada
Vende a fruta
Se queres comer
À noitinha
A mulher alcança
Quem lhe compra
Do seu manjar
Para dar
À cabrinha mansa
Erva fresca
Da cor do mar
Na calçada
Uma mancha negra
Cobriu tudo
E ali ficou
Anda, velha
Da saia preta
Flor que ao vento
No chão tombou
No Inverno
Terás fartura
Da erva fora
Supremo bem
Canta rola
Tua amargura
Manhã moça
Nunca mais vem
12.11.11
Eléctricos de Coimbra
História do Eléctrico de Coimbra O Museu da Cidade acolhe até doze de Fevereiro do próximo ano, uma exposição evocativa do centenário da tracção eléctrica em Coimbra. Um percurso cronológico que relaciona a expansão das linhas de transporte público com o crescimento e desenvolvimento da cidade. São referenciados os principais projectos urbanísticos da cidade, os pólos de desenvolvimento industrial, os movimentos sociais que os acompanharam e as novas formas de vivência. |
11.11.11
Quinta de S. Jorge
José Afonso
Baladas de Coimbra
Passam quase cinquenta anos desde as gravações de José Afonso, acompanhado por Rui Pato, feitas no mosteiro da Quinta de S. Jorge, em Coimbra, no ano de 1962.
Menino de Ouro, No Lago do Breu, Tenho Barcos Tenho Remos, Senhor Poeta, foram gravadas num corredor do convento que tinha excepcionais condições acústicas.
As fotos que sustentam esta apresentação foram recolhidas nos anos 30, 40, 50 e 70 do século passado e algumas mais recentemente. O mapa data de 1634.
Sobre este trabalho, escreveu então Rocha Pato:
"O Dr. José Afonso, de quem as noites da velha Alta coimbrã conhecem a voz inconfundível, repercutindo por escadinhas e vielas, penetrando pelas janelas e trapeiras silenciosas, é sem dúvida dos mais expressivos cantores-estudantes, que nas últimas décadas tem passado por esta cidade do Mondego, ano a ano renovada de novas vozes, novas melodias, novas expressões interpretativas. (...) Habituado às noites silenciosas das ruas da Alta, que lhes falam dos seus segredos e dos seus mistérios, das amplas ressonâncias do rendilhado pórtico da Sé Velha, o Dr. José Afonso, desejou gravar a presente obra no ambiente evocativo dum velho mosteiro..."
10.11.11
As Putas da Avenida
Fernando Assis Pacheco
Eu vi gelar as putas da Avenida
ao griso de Janeiro e tive pena
do que elas chamam em jargão a vida
com um requebro triste de açucena
vi-as às duas e às três falando
como se fala antes de entrar em cena
o gesto já compondo à voz de mando
do director fatal que lhes ordena
essa pose de flor recém-cortada
que para as mais batidas não é nada
senão fingirem lírios da Lorena
mas a todas o griso ia aturdindo
e eu que do trabalho tinha vindo
calçando as luvas senti tanta pena
Fernando Assis Pacheco
9.11.11
Variações em Fá Maior
Francisco Martins
Francisco Martins em guitarra de Coimbra, acompanhado em guitarra clássica por Humberto Matias e Rui Pato, no tema "Variações em Fá maior ".
Peça da autoria de Francisco Martins, tema nº 7 do CD "Primavera 2" gravado para a Philips /PolyGram em 1996.
_________________________________________________________________
"Além da técnica com que executa, vem ao de cima o virtuosismo dos acordes, cheios de uma música suave, bela e que nos entra facilmente na alma."
Mário Rovira
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"Além da técnica com que executa, vem ao de cima o virtuosismo dos acordes, cheios de uma música suave, bela e que nos entra facilmente na alma."
Mário Rovira
8.11.11
Comunicado
Miguel Torga
Na frente ocidental nada de novo.
O povo
Continua a resistir.
Sem ninguém que lhe valha,
Geme e trabalha
Até cair.
7.11.11
Ficarei até Morrer
Toada Coimbrã
Rui Lucas - voz
António Vicente - Guitarra Portuguesa
João Paulo Sousa - Guitarra Portuguesa
João Carlos Oliveira - Viola
Jorge Mira Marques - Viola
*
Gaivotas
Que o vento Norte não traz
Notícias
Que tardam sem razão
Ficarei aqui à espera
Inda que seja quimera
Teu regresso acontecer
Ficarei até morrer
Saudades
Que a um tempo não se apagam
Imagens
De memórias não ausentes
Ficarei aqui à espera
Inda que seja quimera
Teu regresso acontecer
Ficarei até morrer
António Vicente
6.11.11
Metro Mondego
O Tribunal de Contas revelou que o Metro Mondego sofreu um aumento de custos quatro vezes superior ao inicialmente previsto e recomendou ao Governo que decida, com brevidade, sobre o destino dar ao projecto.
A Sociedade Metro Mondego, fundada em 1994, anda há dezassete anos a desperdiçar excessivos recursos públicos para a instalação do chamado Sistema de Mobilidade do Mondego que, inicialmente, não era mais do que a modernização do serviço de comboio existente há mais de cem anos entre a Lousã e Coimbra.
O relatório agora divulgado pelo Tribunal de Contas vem revelar que os custos passaram de uma estimativa de 122 milhões de euros, feita em 1997, para 512 milhões, em 2011.
Este Tribunal chama ainda a atenção para o despesismo da administração da Metro Mondego que, segundo o relatório, entre 1997 e 2010, despendeu com os seus órgãos sociais cerca de 3,4 milhões de euros. Destes, cerca de 3,3 milhões foram despendidos, nomeadamente, com os três executivos do conselho de administração.
O relatório agora divulgado pelo Tribunal de Contas vem revelar que os custos passaram de uma estimativa de 122 milhões de euros, feita em 1997, para 512 milhões, em 2011.
Este Tribunal chama ainda a atenção para o despesismo da administração da Metro Mondego que, segundo o relatório, entre 1997 e 2010, despendeu com os seus órgãos sociais cerca de 3,4 milhões de euros. Destes, cerca de 3,3 milhões foram despendidos, nomeadamente, com os três executivos do conselho de administração.
5.11.11
Inês de Castro
Quinta das Lágrimas
Passeio matinal com passagem pela Fonte dos Amores
Inês de Castro, a nobre galega amada pelo futuro rei de Portugal, D. Pedro I, de quem teve quatro filhos, executada às ordens de D. Afonso IV em 7 de Janeiro de 1355.
4.11.11
Nunes Pereira
Augusto Nunes Pereira nasceu a 3 de Dezembro de 1906, na Mata de Fajão, concelho de Pampilhosa da Serra. Filho de António Nunes Pereira e de Ana Gomes. Seu Pai, escultor santeiro, faleceu quando Augusto tinha, apenas, 9 anos. Foi o segundo de quatro filhos, cresceu e viveu a infância e a adolescência em contacto directo com a vida dura e agreste, mas sã e pura, das gentes da serra.
Entre 1919-1929 esteve no Seminário Maior de Coimbra. Nestes anos se forjou o padre, o artista, o jornalista e o estudioso que nunca mais deixaria de ser. Ordenado a 28 de Julho de 1929, exerceu o sacerdócio na paróquia de Montemor-o-Velho, onde permaneceu até 1935.
Em Coja (1935-1952), revelou-se a riqueza da personalidade de Nunes Pereira, estendendo-se a sua acção aos mais diversos domínios. A sua sensibilidade como artista e talento de artífice foram amplamente colocados ao serviço da Igreja como provam os altares, confessionários, pinturas a óleo da Igreja Matriz e frescos da sua autoria.
Nunes Pereira foi nomeado pároco de S. Bartolomeu (Coimbra) a 13 de Janeiro de 1952 e aí se manteve até se aposentar, em 1980. Colaborou no estudo de monumentos, na valorização do património arqueológico da Igreja de São Bartolomeu, no inventário cultural de Arte Sacra da diocese de Coimbra, e investigou sobre os túmulos e o púlpito de Santa Cruz.
De 1952 a 1974 foi chefe de redacção do "Correio de Coimbra", tendo realizado "muitas dezenas" de gravuras para este jornal.
Conciliou, sempre, o exercício do seu múnus pastoral com um crescente interesse pelo cultivo das artes, desde a poesia à escultura, passando pelo desenho, pela aguarela, pelo vitral e sobretudo pela xilogravura, especialidade que fez dele o melhor artista português da segunda metade do séc. XX naquela área.
Foi um dos fundadores do Movimento Artístico de Coimbra. Foi Sócio fundador da Sociedade Cooperativa de Gravadores de Portugal e sócio da Sociedade Nacional de Belas Artes. Deu um importante impulso ao coleccionismo popular e religioso.
Uma das obras mais notórias do seu talento foi a criação da Oficina-Museu do Seminário Maior de Coimbra, onde se encontra grande parte da sua obra artística, nomeadamente a colecção completa das gravuras em madeira dos Contos de Fajão.
Realizou várias exposições no país e no estrangeiro, e relacionou-se com vários mestres. Este seu contacto com outros artistas e a exposição frequente das suas obras fizeram-no sair do anonimato, tornando-se a sua arte conhecida e admirada não só na cidade mas por todo o país e, mesmo, além fronteiras.
Em 1977, em reconhecimento do valor da sua obra, abre ao público, em Fajão, um museu que lhe é dedicado. Em 1986, a Câmara Municipal de Coimbra atribuiu-lhe a medalha de Ouro da Cidade.
O génio e a arte aliaram-se no grande homem, padre e artista que foi Augusto Nunes Pereira, para produzirem abundantes e saborosos frutos e para deliciarem os interessados e apaixonados pela beleza e pela arte.
Faleceu a 1 de Junho de 2001, com 94 anos.
3.11.11
Tempo sem Sombras
1989
Aula Magna
Antonio Bernardino
António Portugal, António Brojo, Rui Pato, Aurélio Reis, Luís Filipe.
É o tempo do amor onduloso
É o tempo dos ecos nas veias
É o tempo das aves sem poiso
É o tempo dos rios, contornos precisos
Nas sombras, na areia
É o tempo dos sulcos mal feridos
É o tempo das mãos que se apertam
É o tempo dos vales compridos
É o tempo da vida, na brisa fugida
Às sombras que enredam
É o tempo dos campos abertos
É o tempo dos rios cantados
É o tempo dos musgos, dos fetos
É o tempo da terra, dos gestos de seda
Nas fontes, nos prados
António Torrado
2.11.11
Igreja de Santiago
COIMBRA
Igreja da Colegiada de Santiago
Igreja da Colegiada de Santiago
Erguida antes de finais do século XI, teve uma existência atribulada até aos dias de hoje. O templo definitivo que hoje conhecemos data dos inícios do século XIII, após uma reconstrução provocada pelos danos dos ataques muçulmanos. No século XVI a Misericórdia construiu sobre ela uma segunda igreja e, no século XIX, o alargamento da Rua Ferreira Borges cortou-lhe a ábside e um dos absidíolos na diagonal. Restaurada de forma desastrosa nos inícios do século XX, a reconstituição deixou muito a desejar, ficando com uma fachada atípica com um portal de quatro arquivoltas, com um óculo circular (que foi rosácea) e duas janelas rematadas por um arco de volta perfeita de ambos os lados.
O interior é de três naves e quatro tramos, sem transepto saliente.
O interior é de três naves e quatro tramos, sem transepto saliente.
31.10.11
O Humor e a Cidade
Numa cidade fortemente moldada pelos estudantes e "outros turistas", era inevitável a visita à Universidade de Coimbra para conhecer os 30.000 livros da Biblioteca e a "Prisão Académica", ouvir uma tuna estudantil ou arranjar guarida numa República de Estudantes. Estes são apenas alguns exemplos dos "incidentes de percurso" de José de Pina, à descoberta do sentido de humor de cada cidade.
Ficha Técnica
RTPN
Director de Programas: José Alberto Lemos
Directores-adjuntos: Carlos Daniel, Dinis Sottomayor
Coordenador de programas: Isolino Sousa
Ficha Técnica
RTPN
Director de Programas: José Alberto Lemos
Directores-adjuntos: Carlos Daniel, Dinis Sottomayor
Coordenador de programas: Isolino Sousa
29.10.11
A Chanfana
Segundo a lenda, a chanfana teria surgido no Mosteiro de Semide. Até finais do séc. XIX, todos os agricultores e rendeiros eram obrigados ao pagamento dos foros. Assim, o Mosteiro recebia dos moradores do seu couto os foros a que estavam obrigados. Galinhas, vinho, azeite, dias de trabalho, cabras e ovelhas, eram formas de pagamento. Durante o mês de Agosto e até ao dia de S. Mateus, as freiras de Semide recebiam as suas «rendas».
Muitos dos moradores, porque eram pastores, pagavam com cabras e ovelhas. Ora, como as freiras não tinham disponibilidade nem meios para manter tão grande rebanho, descobriram uma fórmula para cozinhar e conservar a respectiva carne, aproveitando o vinho que lhes era entregue pelos rendeiros, o louro que tinham na sua quinta, bem como os alhos e demais ingredientes. Surge, assim, a chanfana que era religiosamente guardada ao longo do ano nas caves frescas do mosteiro. A carne assada no vinho mantinha-se no molho gorduroso solidificado, durante largos meses.
Segundo outros, terá sido durante a terceira invasão francesa que as freiras inventaram esta fórmula gastronómica para evitar que os soldados franceses roubassem as cabras e as ovelhas da região. Finalmente, há quem diga que a receita da chanfana nada tem a ver com o Mosteiro de Semide, mas apenas com as invasões francesas. Diz-se, então, que, quando as tropas francesas andaram pela região da Lousã e de Miranda do Corvo, a população envenenou as águas para matar os franceses. Mas era preciso cozinhar a carne habitualmente consumida (de cabra e de carneiro) e, como a água estava envenenada, utilizou-se o vinho da região. A chanfana é um prato típico, não só no concelho de Miranda do Corvo como de praticamente toda a região centro. A chanfana, sendo bem confeccionada, é boa em todo o lado, sobretudo onde há bom vinho para a sua confecção como há em Lamas e Podentes.
É muito apreciada e servida em bastantes restaurantes da zona. De salientar que constitui o prato «obrigatório» quando decorrem as festas religiosas anuais, nomeadamente na vila de Miranda do Corvo, pelo S. Sebastião.
26.10.11
Coimbra 2011
Coimbra 2011
Vídeo Promocional
Produção executiva - Glória de Carvalho
Realização - Pedro Bastos
Argumento e guião - Bruno Paixão
Imagem - Romeu Carvalho
Edição e pós-produção - João Paiva
Música - Nuno Botelho
Locução - Cláudia Vieira
Uma produção Viva ao Centro
23.10.11
Forças
O mar revolto e um vento forte
Avançam sobre o porto
Onde as palandras se abrigam.
Anunciam a morte!
O pescador juntava as redes
Que o pão amigam
E, turvado de lágrimas, rezou.
A procela cresceu
O pescador morreu
O mar, enfim, abonançou!
PM
22.10.11
O Polícia Eléctrico
José Raúl - O polícia "eléctrico"
Gostaria de ter sido bailarino ou árbitro de futebol. Foi um excelente polícia de trânsito. Com a sua reforma da vida activa, Coimbra perdeu o encanto da sua presença nas ruas da cidade pela simpatia e teatralidade que colocava no desempenho do seu trabalho.
Recordamo-lo com saudade.
21.10.11
O Bombo
A zabumba do Rafael
Desertou!
Sua leal companheira
Que nunca se queixou
De maus tratos
Nem se cansou
Das tainadas
Desapareceu da horda
Em dia de confessadas.
Alvíssaras a quem a encontrar!
PM
20.10.11
Despedida
Francisco Martins em guitarra de Coimbra, acompanhado por Manuel Rocha em violino e por Rui Pato e Humberto Matias em guitarra clássica, no tema da sua autoria "Despedida". Tema n.º 13 do CD "Primavera 2" gravado em 1986 pela Philips/PolyGram.
19.10.11
Castelo Viegas
A Junta de Freguesia de Castelo Viegas e a Confraria das Couves desta localidade concretizaram hoje a distribuição graciosa de couves, produto da sua horta comunitária, pelas Instituições de Solidariedade Social do Concelho de Coimbra.
Testemunharam o acontecimento, para além de membros do Centro Social de Castelo Viegas, crianças do Agrupamento de Escolas de Ceira e EB1 de Castelo Viegas, a quem foi explicado o ciclo de criação das couves.
Felicitamos vivamente, por esta interessante iniciativa, o dinâmico Presidente da Junta de Freguesia, Sr. Carlos Ferreira, um homem dedicado a causas sociais.
18.10.11
Bom Dia Coimbra
IMPROVISO
Tema composto e executado por Francisco Martins com acompanhamento à viola por Rui Pato, e que constitui a faixa nº 12 do CD "Primavera 2", Gravado para a Philips /PolyGram em Março de 1996.
15.10.11
Frustração
Torga
Foi bonito
O meu sonho de amor.
Floriram em redor
Todos os campos em pousio.
Um sol de Abril brilhou em pleno estio,
Lavado e promissor.
Só que não houve frutos
Dessa primavera.
A vida disse que era
Tarde demais.
E que as paixões tardias
São ironias
Dos deuses desleais.
Miguel Torga, in Diário XV
14.10.11
Coimbra Mais
Escola Secundária Infanta Dona Maria
Mais uma vez, a Escola Secundária Infanta D. Maria foi considerada a melhor escola pública do país. Este ano os resultados do concurso de acesso ao ensino superior são impressionantes: em 199 candidatos só dois não entraram para a Universidade e 74,6% ficaram na primeira opção escolhida.
Palavras do Director, Ernesto Paiva: «É um estímulo muito grande para continuar a trabalhar com rigor e exigência. Há um grande trabalho de planificação de aulas, de análise de estratégias em conjunto. E cumprimos sempre integralmente os programas em todas as disciplinas».
13.10.11
De Capa e Saia
Tuna Feminina de Medicina da Universidade de Coimbra
Actuação da TFMUC no IX "De Capa e Saia", festival da Tuna Académica Feminina da Universidade de Évora (TAFUE), realizado dia 27 de Março de 2010 no auditório do Colégio Espírito Santo (Évora).
12.10.11
11.10.11
10.10.11
8.10.11
Vasco Berardo
Vasco Berardo nasceu em Coimbra em 1933. Autodidacta convicto, é difícil extrair do seu longo curriculum elementos que definam a sua obra por ser uma das mais extensas e variadas a nível nacional. Foram seus mestres José Contente, António Vitorino, Manuel Pereira e o arquitecto Fernandes. Fez a sua primeira exposição em 1951 com Os Novos de Coimbra. Colaborou com o C.A.P.C. e foi um dos fundadores do M.A.C..
Realizou até hoje exposições individuais e colectivas em todo o país e no estrangeiro. Destacou-se como medalhista contando hoje com cerca de 500 medalhas na sua vasta obra.
Escultura em bronze e madeira, cerâmica, azulejaria, pintura, tapeçaria, metais e obra gráfica fazem parte do seu mundo, da sua inovação e criatividade. O seu período Neo-Realista deixou uma marca profunda na cidade de Coimbra com o mural do velho Café Mandarim, hoje MacDonald's.
Realizou até hoje exposições individuais e colectivas em todo o país e no estrangeiro. Destacou-se como medalhista contando hoje com cerca de 500 medalhas na sua vasta obra.
Escultura em bronze e madeira, cerâmica, azulejaria, pintura, tapeçaria, metais e obra gráfica fazem parte do seu mundo, da sua inovação e criatividade. O seu período Neo-Realista deixou uma marca profunda na cidade de Coimbra com o mural do velho Café Mandarim, hoje MacDonald's.
7.10.11
6.10.11
Prof. Linhares Furtado
Prémio Nacional Saúde 2011
O médico Linhares Furtado, responsável pelo primeiro transplante em Portugal, é o galardoado com o Prémio Nacional de Saúde 2011.
O prémio é atribuído pela sua “notabilíssima e duradoura contribuição para ganhos indiscutíveis de saúde” e para “o elevado prestígio internacional das instituições de saúde às quais prestou relevantes serviços. As condições em que realizou o primeiro transplante renal, no antigo edifício de S. Jerónimo, dos Hospitais da Universidade de Coimbra, transformaram-no numa lição de coragem e de heroísmo”, refere a DGS na nota de anúncio do Prémio Nacional de Saúde 2011.
Alexandre Linhares Furtado, 78 anos, natural dos Açores, licenciou-se pela Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra com média de 19 valores e doutorou-se pela mesma instituição.
A sua actividade profissional começou no serviço de urologia dos Hospitais da Universidade de Coimbra, já com o projecto de iniciar a transplantação renal em Portugal.
Em Junho de 1969 realizava no país a primeira transplantação renal, com colheita dos rins feita em dador vivo. Anos mais tarde, em 1980, Linhares Furtado e a sua equipa realizam a primeira colheita e transplantação de rins de um cadáver.
No domínio da transplantação hepática, destaca-se o programa de transplantação que ajudou a implementar, que esteve na origem da expansão de novas técnicas, a nível mundial.
5.10.11
Cinco de Outubro
Implantação da República
"O Governo Provisório da República Portuguesa saúda as forças de terra e mar, que com o povo instituiu a República para felicidade da Pátria. Confio no patriotismo de todos. E porque a República para todos é feita, espero que os oficiais do Exército e da armada que não tomaram parte no movimento se apresentem no Quartel General, a garantir por sua honra a mais absoluta lealdade ao novo regime."
(Edital da Proclamação da República - Teófilo Braga, Lisboa, 5 de Outubro de 1910)
(Edital da Proclamação da República - Teófilo Braga, Lisboa, 5 de Outubro de 1910)
4.10.11
3.10.11
Feira Medieval
Coimbra 2011
Gambuzinos de Coimbra a actuar na Feira Medieval de Coimbra junto à Sé Velha.
Tema: Branles de Bourgogne de Jacques Moderne.
1.10.11
O Bairro
Foi assim que "A Voz do Calhabé", de Humberto Cruz, noticiou, em 30 de Janeiro de 1947, a adjudicação da construção do Bairro Económico do Calhabé, hoje Bairro Norton de Matos, edificado na Quinta da Cheira.
30.9.11
29.9.11
Xanana Gusmão
Doutor Honoris Causa pela Universidade de Coimbra
Prémio Sakharov para a Liberdade de Pensamento, Prémio da Paz de Sydney pela sua Coragem e Liderança para a Independência do povo de Timor-Leste e já investido, em Portugal, como doutor Honoris Causa pela Universidade do Porto, Xanana acedeu ontem ao grau de doutor Honoris Causa pela Universidade de Coimbra.
Na cerimónia realizada na sala dos capelos, Xanana Gusmão fez um discurso onde começou por manifestar a sua grande emoção pelo momento que estava a viver ao tornar-se doutor pela Universidade de Coimbra. Muito crítico em relação à chamada globalização que, disse, atrofia as mentes e usa as liberdades e a democracia em favor dos interesses dos poderosos e dos mais fortes, afirmou acreditar que os jovens de hoje serão capazes de assegurar um futuro diferente, de maior humanismo e justiça social.
28.9.11
Traçadinho
Desta vez estou mesmo à rasca
Vou-me pirar de mansinho
Não volto àquela tasca
Não bebo mais traçadinho
27.9.11
Greve Geral
Coimbra
Em Junho e Julho de 1913, esteve à discussão no Congresso da República um projecto de lei da comissão do orçamento do ministério do interior, para a dissolução e encerramento da Universidade de Coimbra. Em 28 de Junho este projecto de Lei foi rejeitado, aparecendo no seu lugar o “desdobramento” da faculdade de direito, que não estava anteriormente previsto.
A reacção em Coimbra foi enorme, independentemente da rejeição da proposta de encerramento da Universidade, os comerciantes também viam no desdobramento o fim económico da cidade.
No dia 29 de Junho, a comissão distrital depõe o seu mandato ao Governador-Civil (João de Deus Ramos). Nesse mesmo dia, a Associação Comercial de Coimbra, reúne-se e vota por unanimidade o encerramento de todos os estabelecimentos comerciais e industriais da cidade.
No dia 30 de Junho a praça de Coimbra suspende todos os pagamentos.
No dia 1 de Julho a greve é geral e Coimbra está totalmente paralizada tal como noticia o Diário de Noticias de 3 de Julho: "a cidade mantém os seus estabelecimentos comerciais e industriais encerrados, tendo-se estendido a greve a outras classes que ainda ontem não se tinham declarado."
A associação de artes-gráficas resolveu não deixar que se publicassem os jornais desta cidade e encerraram todas as tipografias. Paralisou o serviço dos eléctricos, luta-se com a impossibilidade de obter meio de transporte, quer dentro da cidade, quer para viagem. Muitos operários da construção civil estão em greve; também o estão os das obras municipais excepto das águas e gás. Vêem-se muitas bandeiras a meia-haste. Foram queimados, no Largo Miguel Bombarda muitos exemplares de um jornal de Lisboa afecto ao governo.
Cartas Portuguesas
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