25.12.12

Francisco Martins



Serenata a Francisco Martins
Orquestra Clássica do Centro com Tuna de Medicina e Mondeguinas, Tuna Feminina.

17.12.12

A Um Carvalho














Eis o pai da montanha, o bíblico Moisés
Vegetal!
Falou com Deus também,
E debaixo dos pés, inominada, tem
A lei da vida em pedra natural!
Forte como um destino,
Calmo como um pastor,
E sempre pontual e matutino
A receber o frio e o calor!
Barbas, rugas e veias
De gigante.
Mas, sobretudo, braços!
Longos e negros desmedidos traços,
Gestos solenes duma fé constante…
Folhas verdes à volta do desejo
Que amadurece.
E nos olha a prece
Da eternidade
Eis o pai da montanha, o fálico pagão
Que se veste de neve e guarda a mocidade
No coração!

Miguel Torga

7.12.12

Forças

O mar revolto e um vento forte
Avançam sobre o porto
Onde as palandras se abrigam.
Anunciam a morte!
O pescador juntava as redes
Que o pão amigam
E, turvado de lágrimas, rezou.
A procela cresceu
O pescador morreu
O mar, enfim, abonançou!

PM
(Out 2011)

6.12.12

Coimbra Menos


A casa onde viveu Jaime Cortesão, em S. João do Campo, está num vergonhoso estado de degradação. Abandonada!
O edifício, sendo uma referência da arquitectura local, com forte ligação à cultura e à história da nossa República, deveria ser recuperado e usado numa missão dessa natureza.

27.11.12

Para as Raparigas de Coimbra














Ó choupo magro e velhinho,
Corcundinha, todo aos nós:
És tal qual meu avôzinho,
Falta-te apenas a voz.

Minha capa vos acoite
Que é p'ra vos agazalhar:
Se por fóra é cor da noite,
Por dentro é cor do luar...

Ó sinos de Santa Clara,
Por quem dobraes, quem morreu?
Ah, foi-se a mais linda cara
Que houve debaixo do céu!

A sereia é muito arisca,
Pescador, que estás ao sol:
Não cae, tolinho, a essa isca...
Só pondo uma flor no anzol!

A lua é a hostia branquinha,
Onde está Nosso Senhor:
É d'uma certa farinha
Que não apanha bolor!

Vou a encher a bilha e trago-a
Vazia como a levei!
Mondego, qu'é da tua agoa?
Qu'é dos prantos que eu chorei?

A cabra da velha Torre,
Meu amor, chama por mim:
Quando um estudante morre,
Os sinos chamam, assim.

- E só porque o mundo zomba
Que poes luto? Importa lá!
Antes te vistas de pomba...
- Pombas pretas tambem ha!

Therezinhas! Ursulinas!
Tardes de novena, adeus!
Os corações ás batinas
Que diriam? sabe-o Deus...

Teu coração é uma igreja:
N'uma eça dorme, alli,
Manoel, bemdito seja,
Que morreu d'amor por ti.

Manoel no Pio repoiza:
Todos os dias, lá vou
Ver se quer alguma coiza,
Perguntar como passou.

Agora, são tudo amores
A roda de mim, no Caes,
E, mal se apanham doutores,
Partem e não voltam mais...

Aos olhos da minha fronte
Vinde os cantaros encher:
Não ha, assim, segunda fonte
Com duas bicas a correr!

Nossa Senhora faz meia
Com linha feita de luz:
O novello é a lua-cheia,
As meias são p'ra Jezus.

Meu violão é um cortiço,
Tem por abelhas os sons
Que fabricam, valha-me isso,
Fadinhos de mel, tão bons...

Ó fogueiras, ó cantigas,
Saudades! recordações!
Bailae, bailae, raparigas!
Batei, batei, corações!

António Nobre, in 'Só'

20.11.12

Rua Larga





















Letra e Música de Carlos de Figueiredo
Acompanhamento
- João Bagão e Aires Máximo de Aguilar (guitarra)
- António Toscano e Fernando Neto Mateus da Silva (viola)

19.11.12

Provençal



Em um solar de algum dia
Cheiinho de alma e valia,
Foi ali
Que ao gosto de olhos a vi

Como dantes inda vasto
Agora
Não tinha pombas nem mel.
E à opulência de outrora,
Esmoronado e já gasto,
Pedia mãos de alvenel.

Foi ali
Que ao gosto de olhos a vi.

O seu chapéu, que trazia
Do calor contra as ardências,
Era o que a pena daria
Num certo sabor e arrimo
Com jeitos de circunferências
A morrer todas no cimo.

Davam-lhe franco nos ombros
As pontas do lenço branco:
E sem que ninguém as ouça,
Eram palavras da moça
Com a voz alta de chamar;

Palavras feitas em gesto,
Igualzinho e manifesto,
Como um relance de olhar.

E bela, fechada em gosto,
Fazia o seu rosto dela
A gente mestre de amar.

Foi num solar de algum dia,
Cheiinho de alma e valia,
Que eu disse de mim para ela
Por este falar assim:

Vem, meu amor!

E os dois iremos juntos pelos montes;
E o Sol abençoará, nosso tesoiro,
A seara, o pão da terra, o trigo loiro,
E como nós hão-de falar as fontes.

Vem, meu amor!

E terás os meus cantos, o que eu valho;
Vem: serás do meu sangue e meu suor!
Dê-me beijos e graça o teu amor
E encherás de ternura o meu trabalho.

Vem, meu amor!

E o fim do nosso dia, o sol poente,
Sem más obras na mente e coração,
Há-de sorrir à nossa casa, à gente.

Vem, meu amor!

Vem como o Sol doirado quando brilha
De juntinho da terra e em devoção
Ele a beija e fecunda à maravilha.

Afonso Duarte

11.11.12

Cultred

Photobucket

A Revista "Caras" homenageia o Cultred com foto de capa.
Estamos no ano de 1963 quando este clube foi fundado. Chamava-se Cultred - Cultura, Recreio, Desporto e tinha a sede na loja de um prédio do Sr. Chieira, na Rua Dr. Daniel de Matos. Seu filho, Lino Chieira, foi um dos promotores da iniciativa que integrava, entre outros, o Carlos Viana e o Zeca Simões. Passava-se por lá alguma música e bebia-se "Teobar" fresco.
Em Julho de 1963 o grupo deslocou-se a Poutena (Anadia), terra da família Chieira, para defrontar o clube local. Levámos uns equipamentos que o Lino cravou no basquete da Académica. Fomos tratados com boa comida e melhor bebida. Do jogo, é pobre a recordação: levámos 7-0. O pessoal do Cultred estava muito "cansado" e os tipos da Poutena passavam por nós como foguetes em dia de festa!
A imagem é desse jogo.

Os "artistas", da esquerda para a direita e de cima para baixo:
Zeca Simões, Zé Carlos, Fausto, Vasconcelos, Murta, Pedro Martins, Machado, Pedro Gama, Caldeira, Viana, Mário Busano, Lino Chieira, Rovira e Esteves.

PM

4.11.12

Rosário Gama














Traços da personalidade da Dra. Maria do Rosário Gama, mentora da APRe!-Associação de Pensionistas e Reformados, recém criada, podem retirar-se a partir desta entrevista que deu ao Diário de Notícias no final do ano de 2008. Era então Directora da Escola Secundária Infanta Dona Maria, considerada a melhor Escola Pública do País.
________________________________________________________________________

"As pessoas dizem: 'Não tens medo de falar?'. Estava em Coimbra na crise académica de 69. Sei o que era o fascismo, não percebo por que havia de ter medo agora." Maria do Rosário Gama , 59 anos e "idade para ter juízo" é a nova protagonista da batalha dos professores contra o ministério. Hoje, vai estar na manifestação, apesar de reconhecer erros à luta. "Criou-se uma radicalização excessiva de um lado e de outro. E não concordei nada com o facto de o Mário Nogueira (FENPROF) ter assinado um compromisso quanto à avaliação dos professores. Não estava mandatado para isso e agora teve de voltar atrás, o que não é muito sério." De resto, saiu do sindicato. "Fi-lo há bastante tempo, porque achei que se preocupava demasiado com os salários. Aliás, antes desta situação e de os professores serem obrigados a estar mais tempo na escola disse muitas vezes que íamos pagar caro aquilo que se passava – a degradação da imagem de professor. O facto de haver quem desse 12 horas por semana e fosse para casa, de haver gente que claramente não tinha gosto em ensinar. As pessoas têm de gostar dos alunos. Houve muitos anos de laxismo e as coisas tinham de mudar. "Quando mudaram, porém, foi, na sua opinião, demais. "Acho importante que os professores passem mais tempo na escola – se calhar quando isto for publicado vão dizer mal de mim - porque isso permitiu mais coordenação, mais aulas de apoio. Mas criaram-se grandes injustiças com o novo estatuto da carreira docente e o regime de avaliação está mal feito, pode levar a uma distorção perigosa, por ter em conta os resultados dos alunos e o abandono escolar, por exemplo." Certificando ser "a favor de uma avaliação que realmente distinga os que trabalham dos que não trabalham", não assinou o documento em que 90 professores da sua escola informam o ministério da decisão de suspender a avaliação: "Nas minhas funções, achei que não o devia fazer". Mas defende a posição perante os jornalistas, com a autoridade acrescida que advém da posição da "sua" escola no ranking. "É um motivo de orgulho, embora não perceba muito bem porque é que outras escolas com o mesmo tipo sócio-económico de alunos e com professores igualmente bons não têm a mesma classificação. Aliás, umas das poucas coisas em que estou em acordo com a senhora ministra é que estes rankings são mentira, porque há escolas públicas excelentes. E é preocupante toda esta atenção sobre a escola e sobre mim. Embora a tenha aproveitado para falar das coisas que me preocupam". Coisas que vão determinar a sua aposentação, ao fim de 36 anos como professora, algures durante este ano lectivo, antes da nomeação do director, que deverá ocorrer em Maio de 2009. "Tenho muita pena, porque ensinar é uma paixão e não sei bem o que vou fazer a seguir. Mas tenho alergia à ideia de um director." Casada comum professor de filosofia - que trabalha na mesma escola - e mãe de um professor de biologia como ela (a outra filha trabalha num lar de idosos), Maria do Rosário nasceu no Alentejo, em Niza, filha de uma doméstica e do proprietário de uma fábrica de moagem. É a mais velha de três irmãs, uma das quais, formada em Medicina em Coimbra enquanto ela tirava Biologia na mesma universidade, já desaparecida. "Quando fui para Coimbra tirar o curso, todo o meu grupo era de Medicina. Queriam convencer-me a mudar. Mas no liceu de Évora tive uma professora de Biologia excelente. Achei que me realizava a seguir-lhe o exemplo. Comecei a dar aulas aos 23 anos, só com o bacharelato. As coisas nunca me correram mal, porque sou muito afectiva." Indisciplina garante nunca ter presenciado. "Nunca tive alunos muito difíceis com os quais sentisse que não conseguia fazer nada." Mas se afirma não haver rapazes maus, crê não ser possível desmontar completamente o modelo autoritário da escola. "Impus regras muito rígidas no regulamento, até já me chamaram fascista. Ninguém entra de boné na cabeça, acho que é uma regra social, e ninguém pode usar telemóvel. Se alguém está com um telemóvel na aula é retirado e fica na minha secretária, para que os pais o venham buscar. Já houve um pai jurista que me disse que não tinha o direito de o fazer. Mas há cacifos, os alunos podem muito bem deixar o telemóvel no cacifo. É importante haver regras."

2.11.12

Coimbra Mais



Imagens - Luis Garção Nunes
Música - Canção da Primavera de Francisco Martins

22.10.12

APRe!

APRE - Associação de Pensionistas e Reformados
Foi hoje aprovada a constituição desta Associação, numa reunião muito participada por pensionistas e reformados oriundos de todo o país, cujo número excedeu todas as expectativas, esgotando as instalações da ACM, em Coimbra. 
Presidido por Maria do Rosário Gama em representação da Pró-Associação, o Movimento Cívico desenhou os objectivos a prosseguir, a organização e a implantação territorial da Associação. 
Foram variadas as intervenções que registaram o interesse de delegações de participantes de Guimarães, Braga, Porto, Aveiro, Coimbra, Leiria e Lisboa, entre outras.
Vai ser constituída uma Comissão Administrativa a quem incumbe a elaboração do projecto de estatutos bem como do desenvolvimento de todo o processo da institucionalização da APRE.
As pessoas que pretendam aderir devem fazê-lo por mail, para:
apre2012@gmail.com
informando,
- Nome
- N.º BI/CC
- Contacto telefónico
- E-mail
- Localidade de residência
________________________________________________________________________



19.10.12

Torga



A Um Negrilho

Na terra onde nasci há um só poeta.
Os meus versos são folhas dos seus ramos.
Quando chego de longe e conversamos,
É ele que me revela o mundo visitado.
Desce a noite do céu, ergue-se a madrugada,
E a luz do sol aceso ou apagado
É nos seus olhos que se vê pousada.

Esse poeta és tu, mestre da inquietação
Serena!
Tu, imortal avena
Que harmonizas o vento e adormeces o imenso
Redil de estrelas ao luar maninho.
Tu, gigante a sonhar, bosque suspenso
Onde os pássaros e o tempo fazem ninho!

S.Martinho de Anta
26.04.1954

18.10.12

Arregaça


Nem com um grande esforço de boa vontade consigo concordar que o Clube não possa, no futuro Campo da Arregaça, disputar jogos do Nacional de Juniores e do Distrital de Seniores. Nem me parece razoável que o União, para o concretizar, fique refém de uma qualquer eventual decisão dos sócios da AFC, de que somos fundadores. 
Há dias, numa abordagem a este assunto, deixei a sugestão de que a implantação do campo de jogos fosse feita em espaço alternativo à Arregaça. Dei até o exemplo dos terrenos do Programa Polis, no Parque Verde do Mondego, definidos nesse Programa como espaços com aptidão para o lazer e para instalação de campos de jogos. Não ouvi uma voz nem li uma palavra, de ninguém, sobre a ideia. 
Lá que a Câmara - quer o poder quer a oposição - não tivesse dado a mínima importância ao assunto, não é de estranhar. Só os vejo nos jogos do União nas campanhas eleitorais. Vão lá dar beijinhos às velhotas, mostrarem-se à nossa sociedade e prometer sinecuras ao Clube. Fora disso, todos caminham para o mesmo sítio, para outro sítio. 
O que me intriga, causa estranheza e estarrece (ou talvez não) é que ninguém do nosso Clube dissesse uma só palavra sobre isso, alimentasse a ideia ou desse outras sugestões alternativas no mesmo sentido. 
Este já não é o União de que eu me habituei a gostar quando menino ali comecei a praticar natação, onde pratiquei o futebol e onde dei a minha modesta contribuição como dirigente. 
Levo 57 anos de ligação ao Clube e tenho saudades de homens que por lá passaram como aqueles que, com a sua grande determinação e destemor na defesa dos interesses do União, ainda antes do "25 de Abril", afrontaram o poder autocrático da Câmara que, sustentado na ditadura e no terror policial, nos queria expulsar do Estádio Municipal. 
Não o conseguiram! 
Pedro dos Martins

16.10.12

Adriano


Faz hoje 30 anos que faleceu Adriano Correia de Oliveira
Em Coimbra, participou em várias organizações estudantis, foi solista do Grupo Universitário de Danças Regionais no Círculo de Iniciação Teatral da Academia de Coimbra (CITAC), e guitarrista do conjunto ligeiro da Tuna Académica.
Em 1960 publicou o primeiro disco, o EP "Noite de Coimbra", a que se seguiu o álbum "Fados de Coimbra", em 1963, em que optou por musicar poemas de outros autores, designadamente, António Cabral, António Ferreira Guedes e Urbano Tavares Rodrigues.
Quatro anos depois, editou um álbum em nome próprio. Foi em 1967 que deixou Coimbra e partiu para Lisboa, onde trabalhou no gabinete de imprensa da Feira Internacional de Lisboa.
Entre 1968 e 1971, editou uma trilogia dedicada à poesia de Manuel Alegre, com os álbuns "O Canto e as Armas", "Cantaremos" e "Gente d'Aqui e de Agora".
Adriano assumiu-se um cantor "politicamente comprometido" e muitas das canções destes álbuns são entoadas em reuniões da oposição clandestina ao regime político, como "O Senhor Morgado", "Cantar de Emigração" e "Como hei-de amar serenamente".
Manuel da Fonseca, falecido há 19 anos, de quem Adriano cantou, entre outros, os poemas "Tu e eu meu amor" e "Tejo que levas as águas", numa entrevista referiu-se ao cantor da seguinte forma: "Era uma voz por onde, naturalmente, escorria a música e a poesia".
Recusando-se a submeter à Comissão de Censura os seus originais, Adriano Correia de Oliveira, durante quatro anos, não gravou, surgindo um novo álbum, "Que nunca mais", só em 1975, que lhe valeu o título de Artista do Ano, pela revista britânica Music Week.
Militante do Partido Comunista Português, Correia de Oliveira participou activamente nas campanhas de alfabetização, após a Revolução de Abril e, em 1979, foi um dos fundadores da cooperativa Cantabril de que faziam parte, entre outros, José Afonso, Luísa Basto e Luís Cília, acabando mais tarde por abandonar esta estrutura, em rota de colisão com a direcção.
Editou ainda os álbuns "Cantigas Portuguesas" (1980) e "Canção do Linho" (1983), fez concertos de Norte a Sul do país, sempre politicamente empenhado.
Aos 40 anos morreu vítima de uma hemorragia no esófago.
Adriano Correia de Oliveira foi "politicamente empenhado em prol dos outros, porque generoso e solidário, e um homem de coragem", afirmou Manuel da Fonseca.
Ao seu nome são indissociáveis temas como "Trova do vento que passa", "O canto e as armas", "Tu e eu meu amor", "Cantar de Emigração", "Canção com lágrimas" ou "Barcas novas".
A discográfica Movieplay Portuguesa, detentora da extinta etiqueta Orpheu, editou, em 2001, a obra completa de Adriano Correia de Oliveira em sete CD, acompanhada por um livro com as letras e poemas que foram musicados por si. 

14.10.12

Castelo Viegas


1.º Capítulo da Confraria das Couves de Castelo Viegas
Realizou-se ontem o primeiro capítulo da Confraria das Couves de Castelo Viegas.
Fundada de 2010, a Confraria tem como parceira a Junta de Freguesia de Castelo Viegas.
Utilizando um terreno cedido à autarquia, a Confraria instalou ali uma horta comunitária, onde se cultiva a afamada couve de Castelo Viegas. Parte do produto aí criado é destinado a fins de natureza filantrópica.
Carlos Ferreira, Presidente da Junta de Freguesia e também da Confraria, deu a conhecer aos convidados as potencialidades da horta e explicou, também, o ciclo da couve. Seguiu-se a cerimónia de Entronização, missa na Igreja Matriz, desfile das Confrarias acompanhado da Escola de Concertinas da Lousã e almoço no Salão Paroquial.
Parabéns à Confraria, à Junta de Freguesia de Castelo Viegas e ao seu dinâmico Presidente, por esta importante realização.
PM 

13.10.12

Cultura


Manifesto em Defesa da Cultura
A cidade de Coimbra foi palco de várias actividades, com personagens históricas, conversas sobre arte e cultura, música, dança e cinema. O Manifesto reclama 1% do Orçamento de Estado para a Cultura.

10.10.12

Arregaça


Estas são as medidas do terreno onde se encontra instalado o Campo da Arregaça, bancada, edifícios de apoio e terreno sobrante, bem como do espaço onde se implanta o campo de jogo.


É evidente a falta de espaço no território ocupado actualmente pelo Campo da Arregaça, para implantar um campo de futebol com 100x64 metros de área de jogo.
Não é preciso ir lá medir, ao local. Basta medir aqui, na internet, no programa da Google Earth. Os 59 metros de largura total do terreno não o permitem. 
Aproveitámos para simular a implantação do Campo da Arregaça, num espaço de 200x120 metros, no território do Parque Verde (à Arregaça), como se pode observar no rectângulo a vermelho. Os terrenos têm aptidão técnica e regulamentar para a actividade desportiva. É necessário, apenas, haver vontade política para desenvolver a ideia.

6.10.12

Quanto é Doce

















Quanto é doce quanto é bom
No mundo encontrar alguém
Que nos junte contra o peito
E a quem nós chamemos mãe
Vai-se a tristeza o desgosto
Põe-se um ponto na tormenta
Quando a mãe nos dá um beijo
Quando a mãe nos acalenta
E embora seja ladrão
Aquele que tenha mãe
Lá tem no meio da luta
Ternos afagos de alguém

Zeca Afonso

1.10.12

Ramal da Lousã

estação lousã 
1873 - Primeiro episódio da história desta linha

Está em festa a Lousã. A partir de hoje, tem lugar no mundo activo e febril da civilização; ficam-lhe abertas as portas de todos os grandes centros da actividade humana (…) A partir de hoje tem a Lousã o seu caminho-de-ferro.
(excerto do jornal Louzanense de Dezembro de 1906).

A construção do Ramal da Lousã foi oficialmente anunciada por Portaria no reinado de D. Luis I, no ano de 1873. Em 1887 foi concessionada à firma Fonsecas, Santos & Viana uma linha de via reduzida entre Coimbra e Arganil, com passagem por Miranda do Corvo e Lousã. Esta mesma empresa solicita a substituição da via reduzida por uma via larga tendo em mente o possível prolongamento do Ramal da Lousã até à Covilhã, na Linha da Beira Baixa.
Logo no ano seguinte, um segundo alvará atribui a concessão da via à Companhia do Caminho de Ferro do Mondego, que em 1897, declara falência.
Os trabalhos de construção do troço de linha entre Coimbra e Lousã, numa extensão de 29 km, tiveram início em 1889 e prolongaram-se por dezassete anos.
A chegada da primeira locomotiva foi comemorada com pompa e circunstância, o dia 16 de Dezembro de 1906 foi de festa para a Lousã, «houve grandes festejos – muita música e muitos foguetes, tendo afluído ali enorme quantidade de pessoas», como relatava à época o semanário A Comarca de Arganil.
No ano seguinte, em 1907, foram feitas as primeiras tentativas de dar continuidade à obra, prolongando a sua extensão até Arganil, objectivo que nunca viria a ser concretizado para além de Serpins, localidade que ainda hoje é o términus deste Ramal. A inauguração do troço Lousã - Serpins ocorreu no dia 10 de Agosto de 1930.
Por ocasião das comemorações do centenário do ramal da Lousã, em 2006, foi inaugurado em Miranda do Corvo um monumento de homenagem aos ferroviários.

27.9.12

Antigos Orfeonistas


O Coro dos Antigos Orfeonistas da Universidade de Coimbra, vai actuar no próximo sábado, dia 29, no Teatro Gil Vicente, integrando o Festival José Afonso. Participam também alguns convidados: Octávio Sérgio, Rui Pato, Durval Moreirinhas, Lopes de Almeida, Ricardo Dias, Mário Delgado, Alexandre Frazão, Bernardo Moreira, Vitorino Salomé e Cristina Branco.

25.9.12

Alberto Pinto Hébil
























Terreiro da Erva

Alberto Pinto Hébil
1913 - 1998
Foi aluno de Marcel Thuillier, antigo professor da Academia de Belas-Artes de Paris. Fixou-se em Coimbra em 1934, onde participou em algumas exposições e, mais tarde, nos Estados Unidos, onde inaugurou a Coimbra Gallery of Modern Art em Nova Iorque. Os seus nocturnos destacam-se do conjunto da sua obra, aproximando-se, nesta temática, da pintura de Pedro Olaio. 

19.9.12

Boneca de Trapo

Luiz Goes

Luiz Goes


Boneca de trapo
Que vestes o sonho
De verde e encarnado
No dia medonho

Boneca de trapo
Na rua esquecida
Tu és o retrato
Da morte e da vida

Boneca de trapo
Que a lama apodrece
Caída no charco
Ninguém te conhece

Boneca de trapo
Da vida liberta
Só tu é que moras
Na rua deserta

18.9.12

Luiz Goes



Luiz Goes, falecido hoje, é uma das referências da Canção de Coimbra, em que se destacou como poeta, compositor e intérprete.

Luiz Goes que vivia há vários anos em Cascais, faleceu hoje, em Mafra, numa unidade de cuidados paliativos onde se encontrava internado, desde que o seu estado de saúde se agravou, em Maio último.
Filho de Luiz do Carmo Goes e Leopoldina da Soledade Valente d'Eça Eleya Cabral de Sousa Pires, nasceu a 05 de Janeiro de 1933, em Coimbra, no Calhabé, na rua dos Combatentes.
Da cidade do Mondego, Luiz Goes partiu para Lisboa, em 1959, pouco depois de terminar a licenciatura em Medicina e de casar.
A profissão de médico encantava-o pela vertente humanista. Na opção pela Medicina e na paixão pelo fado é determinante a influência exercida pelo tio Armando Goes, médico e extraordinário intérprete e compositor da canção de Coimbra.
Nos tempos de infância, frequentou aulas de solfejo, no Instituto de Música de Coimbra, com a professora Arminda Correia. No liceu, chegou a formar grupo com António Portugal, José Afonso, José Dias (tio do professor Amaral Dias) e Manuel da Costa Brás.
“A minha Coimbra não é só a dos estudantes, mas também a do seu povo, da sua história, da universidade da vida. Bebi estes valores e tenho sido, na vida como no fado, um produto disso mesmo” disse, em 2005, a uma jornalista do Jornal Campeão, a propósito de ter vivido intensamente a vida académica e a de futrica, os dois mundos que coabitavam na cidade do Mondego.
Nos tempos da faculdade, integrou o Orfeon Académico e o Teatro dos Estudantes da Universidade de Coimbra, levando uma vida de estudante, sem sobressaltos, mas com grande envolvimento na Academia.
O primeiro registo discográfico da sua carreira de cantor e autor – que iniciou tardiamente – surgiu em 1953, com o acompanhamento musical de António Portugal, António Pinho Brojo, Mário de Castro e Aurélio Reis.
Quatro anos mais tarde, com o grupo “Coimbra Quintet” grava em Madrid, no Teatro do Príncipe Real, um trabalho de referência na história da música coimbrã.
No total, a sua discografia seria materializada em quatro LPs, que gravou entre 1952 e 1983.
A reter, outra frase de Luiz Goes: “Sempre levei muito a sério esta coisa de cantar. Ainda hoje não sei o que é divertir-me quando tenho de cantar. Quando subo a um palco fico nervoso, não por medo mas porque levo o canto muito a sério. Não é uma actividade gratuita, é uma responsabilidade. A Canção de Coimbra é um bem cultural a ser preservado e respeitado”.
Membro Oficial da Ordem do Infante D. Henrique, medalha de Ouro da Cidade de Coimbra, medalha de Mérito Cultural do Município de Cascais e sócio honorário do Orfeon Académico, entre outras muitas distinções, Luiz Goes defendia que a Canção de Coimbra devia ser sempre, como o foi no passado, “o retrato do tempo em que se vive, sem ferir a sua essência intemporal”. 

17.9.12

Vira de Coimbra


Orquestra Típica e Rancho
A orquestra Típica e Rancho (OTR) da secção de Fado da Associação Académica de Coimbra (SF/AAC) é um grupo composto por estudantes universitários que pretende representar e defender o folclore da região de Coimbra. Este grupo, que nasceu em Maio de 1981, elaborou na região uma recolha cuidada dos trajes típicos da época. Para além dos grandes símbolos da zona, a tricana e o estudante, também constam trajes de trabalho, o caso da lavadeira e aguadeira, e de festa como é o exemplo dos noivos e das romarias pobre e rica.

16.9.12

Coimbra Menos


Calhabé - Alto S. João
Esta gigantesca estrutura metálica, parte duma construção inacabada há vários anos, ameaça vir a perpetuar a sua presença na circular externa, ao Calhabé.

15.9.12

15 de Setembro


O POVO UNIDO JAMAIS SERÁ VENCIDO
Coimbra assistiu hoje ao civilizado protesto de mais de vinte mil cidadãos, descontentes com as políticas seguidas pelos seus governantes. Terá sido a maior manifestação realizada em Coimbra depois do 1.º de Maio de 1974.
Uma enorme torrente de gente de todos as matizes, da esquerda e da direita, novos e velhos, estudantes e operários, pobres e ricos, desfilou pela cidade e, em uníssono, gritou a sua revolta, o seu desencanto e a sua desesperança pelo futuro do país, não se conformando com a política do empobrecimento.

14.9.12

Reflexão

Um dia vieram e levaram o meu vizinho que era judeu.
Como não sou judeu, não me incomodei.

No dia seguinte, vieram e levaram outro vizinho que era comunista.
Como não sou comunista, não me incomodei.

No terceiro dia, vieram e levaram o meu vizinho que era católico.
Como não sou católico, não me incomodei.

No quarto dia, vieram e levaram-me.
Já não havia mais ninguém para reclamar…

Martin Niemöllet
1933

12.9.12

O Cavaleiro e o Anjo


"Cantares do Andarilho" 1968

Passos da noite
Ao romper do dia
Quantos se ouviram
Marchando a par
Batem à porta
Da hospedaria
Se for o vento
Manda-o entrar

Vejo uma espada
De sombra esguia
Se for o vento
Que venha só
Quem está lá fora
Traz companhia
Botas cardadas
Levantam pó

Venho de longe
Sem luz nem guia
Sou estrangeiro
Não sou ninguém
Na flor queimada
Na cinza fria
Nunca se passa
Uma noite bem

Foge estrangeiro
Da morte escura
Pega nas armas
Vem batalhar
E enquanto a lua
Não se habitua
Dorme ao relento
Até eu voltar

Há muito tempo
Que te não via
(Um anjo negro
Me vem tentar)
Batem à porta
Da hospedaria
É aqui mesmo
Que eu vou ficar 

11.9.12

Coimbra Menos


Este vergonhoso estado de abandono da antiga Fábrica de Cerveja de Coimbra, justifica, há muitos anos, uma intervenção das autoridades administrativas locais.

10.9.12

Arregaça















As obras no Campo da Arregaça, iniciadas no passado dia 03/09, continuam em bom ritmo, conforme documenta a fotografia acima, recolhida hoje às 12h36.
Ao centro do terreno vê-se um aglomerado de trabalhadores, devidamente equipados, estando entre eles um homem sem capacete que, disseram no local, tratar-se do vereador das obras. Foi lá porque pensava que era ali o Campo do Bolão.
Vai de roda...

8.9.12

Romagem à Lapa


1989
Aula Magna - Lisboa
Luiz Goes, António Portugal, António Brojo, Rui Pato, Aurelio Reis, Luis Filipe

7.9.12

Homenagem

O Núcleo de Veteranos do União de Coimbra vai prestar uma homenagem a José Carvalho, pela sua dedicação ao Clube, no próximo sábado, dia 8 de Setembro. A cerimónia decorre num jantar, depois do jogo de Veteranos União de Coimbra – Fafe que se realiza às 19h00 no Estádio Municipal de Taveiro.


José Carvalho, 85 anos de idade, Unionista de sempre.
Homem honrado de condição modesta, uma característica das gentes do União, aqui nasceu e aqui viveu, em Coimbra, toda a sua vida.
Trabalhou desde criança ligado à indústria hoteleira. É filho do desaparecido Manuel Carvalho, o renomado pasteleiro do Arco de Almedina, de cujas mãos saíam os famosos pastéis de Santa Clara e o Manjar Branco.
Pastelaria Central, Santa Cruz e Império, depois de ter “aberto os olhos à vida” como marçano de mercearia, foram as casas por onde passou e onde fez uma caterva de amigos que sempre conservou com paixão.
Ontem, como hoje, apesar da sua provecta idade, tem acompanhado o União assiduamente, erguendo ao vento, com orgulho, a mesma bandeira desde há setenta anos.
Muitas cenas interessantes e curiosas protagonizou com os amigos durante a sua vida de dedicado unionista. Esta, que vos conto, tem a particularidade de envolver um dos nossos rivais de sempre.
Aconteceu em Aveiro, numa visita ao Beira-Mar. O carro era conduzido pelo Abel Eliseu que, ao entrar na cidade de Aveiro, foi mandado parar pelo polícia de serviço.
Remetidos para o Comando, depararam-se aí com o, então, Capitão Faustino, antigo jogador da Académica, que era o comandante daquela polícia. Faustino, conhecendo os personagens mas não se manifestando nesse sentido, perguntou ao guarda o que se passava, ao que este respondeu:
- Vinham com excesso de velocidade.
O Capitão Faustino, arranhando a cabeça e pensando numa solução airosa, virou-se para o agente, dizendo:
- Pergunte de onde é que eles são.
O guarda:
- São de Coimbra, adeptos do União.
- Então mande-os embora que é boa gente, disse Faustino. 
Parabéns ao José Carvalho, merecedor desta homenagem.
Parabéns também ao Núcleo de Veteranos que justifica, aqui, um sublinhado especial. É confortante a forma elevada como estes antigos atletas e unionistas convictos, têm celebrado os seus pares e honrado o União de Coimbra.
Sigam-se estes exemplos.
Viva o União.

Pedro Martins

6.9.12

Amor



















A jovem deusa passa 
Com véus discretos sobre a virgindade;
Olha e não olha, como a mocidade;
E um jovem deus pressente aquela graça.

Depois, a vide do desejo enlaça
Numa só volta a dupla divindade;
E os jovens deuses abrem-se à verdade,
Sedentos de beber na mesma taça.

É um vinho amargo que lhes cresta a boca;
Um condão vago que os desperta e toca
De humana e dolorosa consciência.

E abraçam-se de novo, já sem asas.
Homens apenas. Vivos como brasas,
A queimar o que resta da inocência.

Miguel Torga

5.9.12

Monteiro Valente


Epitáfio para Monteiro Valente
*****
Parte um general quando o Outono já desce das colinas
Vieste, de regresso à liberdade, na torrente de águas novas que varreram a Pátria, em Abril [de 1974]. Tinhas apenas 30 anos! Abalas agora, de repente, num Setembro de fogo, o qual, bem vistas as coisas, deveria ser de colheitas promissoras para os milhões de compatriotas que sofrem, 38 anos depois.
Que força terrível te puxou assim, companheiro, para longe da terra da fraternidade, tão sonhada, quando os cravos se ergueram e as armas se calaram?
Chorarão por ti todos os que admiram a tua entrega ao saber, a tua rectidão e persistência, as incursões rigorosas na História contemporânea portuguesa. “Entre as brumas da memória” que quiseste preservar, como investigador e militar de Abril, mas, sobretudo, como cidadão.
Farás falta, antes de mais, aos teus mais queridos. A tua firmeza de princípios, jóia rara em tempos de ganância, esvai-se entre as garras da agiotagem. Ou talvez não.
Ficam os que te amam – e são muitos, estamos certos – para te honrarem a força e o vigor, sem nunca deixarem de te respeitar, fraternalmente, em cada gesto de homem íntegro, sobretudo agora, quando os humildes reclamam um pouco mais de luz para o Outono que já desce das colinas.
Casimiro Simões

4.9.12

Tanto Mar, Tanta Música


Julho 2012
Tanto Mar, Tanta Música
Um concerto que celebrou a candidatura da Universidade de Coimbra a Património da Humanidade da UNESCO, com o fadista Carlos do Carmo, com o brasileiro Ivan Lins e com o Coro dos Antigos Orfeonistas da Universidade de Coimbra.

3.9.12

Eureka!!!

flaviano

Finalmente encontrámos o que procurávamos há muito tempo.

Depois de muitas e variadas manobras que dificultavam a execução do prometido projecto, iniciaram-se hoje, no Campo da Arregaça, as anunciadas obras de remodelação das instalações e de implantação do novo piso para jogos. 

O portão está encerrado porque, estando o União de castigo, as obras realizam-se à porta fechada. 
Na foto recolhida ontem, dia 02.09, para memória futura do último suspiro deste velho e histórico campo desportivo, podemos verificar o estado de degradação em que o mesmo se encontrava. 
Na foto mais abaixo, recolhida hoje, podemos apreciar o andamento das obras, com a bancada e as vedações já demolidas, as máquinas em movimento e a azáfama dos trabalhadores nelas envolvidos.


O Portão de Entrada - Hoje

flaviano

O Estado do Campo - Ontem

flaviano

O Início das Obras - Hoje

flaviano

31.8.12

Cantiga para quem sonha


Cinema S. Jorge - Lisboa
Balada de Luiz Goes, interpretada por Luiz Goes e Carlos Carranca.
Espectáculo "De Coimbra, a guitarra, o canto e a poesia".

29.8.12

Fernando Rovira

pedroflaviano

Fernando Rovira acaba de editar mais um livro da sua autoria. O "O Calhabé do meu tempo" é um repositório de recordações e de saudades, do seu autor, que contem expressas dedicatórias.
Parabéns pelo trabalho e um forte abraço de amizade do

Pedro Martins

27.8.12

Improviso


Março de 1996
Tema composto e executado por Francisco Martins com acompanhamento à viola por Rui Pato. 

26.8.12

Lavadeiras

pedroflaviano
25 de Agosto de 2012
Homenagem às Lavadeiras da Freguesia de Torres do Mondego 


Era aqui, no Recanto do Vale d'Azenha do nosso rio, que minha avó Antónia, durante a ausência, para o Brasil, do meu avô Júlio, ganhava o sustento dos seus filhos a lavar a roupa dos senhores da cidade.
Ele, que foi para o Brasil à procura de uma vida mais rica para a sua família, voltou tão pobre como quando daqui saiu. Então, quando regressou, continuou sapateiro até morrer e ela lavadeira até poder. 
Lutaram pela vida no esforço dum trabalho pouco valorizado para encontrarem, mesmo assim, algum espaço de felicidade.

Pedro Martins

25.8.12

É Preciso Acreditar


É preciso acreditar
Que uma vela ao longe solta
É um bem para se guardar
Que se um barco parte ou volta
Passará no alto mar
E que é livre o alto mar

24.8.12

Feira das Cebolas


A Feira das Cebolas, uma iniciativa que tem contribuído para a preservação e divulgação dos usos e costumes das gentes coimbrãs, que se realiza na Praça Velha, termina amanhã.
A Feira das Cebolas remonta a 1377, quando Dom Fernando, Rei de Portugal, outorgou à cidade de Coimbra uma feira franca.
A feira realizou-se até ao início de 1960, sofrendo então um interregno até 1986. O Grupo Folclórico "Os Camponeses de Vila Nova de Cernache" empenhou-se na sua organização, a partir desse ano, que mantem até à actualidade. Este grupo continua a trazer as cebolas e muita animação à antiga Praça de S. Bartolomeu, transformando esta festa numa atracção turística da maior importância para a cidade de Coimbra. 

23.8.12

Saudade

















Saudade, não me atormentes
noite e dia sem parar,
desprende as tuas correntes,
quero ser livre e pensar.

Não quero que me alimentes
vãs esperanças de amar,
quero com o meu pensamento
à liberdade voltar.

Quero sorrir para a vida
quero ser livre e viver,
quero esquecer a ferida
que me fez assim sofrer.

Desprende as tuas correntes, 
saudade, não me atormentes.

Jorge Dias

22.8.12

Queima de 1989



Balada da Despedida - V Ano Jurídico de 1989
Queima de 1989 - Serenata Monumental na Sé Velha

21.8.12

Tricana de Coimbra





















Dá saudades aos teus olhos

Tricana de olhos lentos,
(Duas lágrimas de olhar)
Cheios de sonhos luarentos
De guitarras a rezar,
Fitaste um dia meus olhos,
Fiquei-me sempre a lembrar...
Dá saudades a teus olhos,
Teus olhos lindos de olhar!

E se for, a desventura,
Tão desditosa e perjura,
Que não mais tenha a ventura
De poder poisar meus olhos
Na lonjura desse olhar,
Dá saudade aos teus olhos,
Que me andam sempre a lembrar!

António Pedro

18.8.12

CI - 105.º Aniversário


Antigos trabalhadores da extinta Companhia de Seguros Comércio e Indústria reuniram-se em Lisboa e, em interessante convívio, celebraram o 105.º aniversário da fundação da empresa.

15.8.12

Castelo Viegas

pedroflaviano
Couve de Castelo Viegas
A Junta de Freguesia e a Confraria da Couve de Castelo Viegas, duas grandes paixões de Carlos Ferreira, dinâmico Presidente da Junta, voltaram agora à distribuição das famosas couves daquela localidade, destinada a instituições de solidariedade social.
Num terreno entregue por um particular, em regime de comodato, a Junta de Freguesia promove a criação desta couve, de características singulares, baixa, corpulenta e de sabor adocicado, única na nossa região, cujo destino é ajudar aqueles que representam o elo mais fraco da nossa sociedade. 
Para este acto, foram identificadas e convidadas 15 instituições e somente 6 se apresentaram. Foram elas: Ateneu de Coimbra, Cozinha Económica, Celium, IPSS's de Adémia, Antanhol e Assafarge. Daqui até ao Natal serão feitas diversas entregas, dentro do mesmo espírito solidário.
A criação da couve, na horta comunitária desta freguesia, obedece já a uma rotina que permite a repetição dos ciclos, desde a sementeira, passando pela plantação, até à colheita, de forma mais rápida do que é normal. Foi aperfeiçoado o processo, com a criação de infraestruturas que o permitem.
Mais 3.000 couves foram agora plantadas. Estarão preparadas para distribuir a partir do próximo dia 13 de Outubro, data do 1.º Capítulo da Confraria da Couve de Castelo Viegas. 
Bem hajam os mentores desta iniciativa!

13.8.12

Metro Mondego

pedroflaviano

O Metro é uma treta, vai de caminheta!
Este é o primeiro de alguns dos autocarros da Empresa Arganilense que estão em recondicionamento para substituição das automotoras do ramal ferroviário da Lousã. Representa já uma evolução qualitativa neste serviço, uma vez que a linha férrea é de 1906 e o autocarro de 1937. 

12.8.12

Porto - Académica OAF

pedroflaviano

Uma imagem vale muito mais do que mil palavras...
Esta fotografia, que nos retrata cândidos e desinteressados sentimentos de paixão por uma causa, merecia uma divulgação planetária.

9.8.12

Forças

pedroflaviano

O mar revolto e um vento forte
Avançam sobre o porto
Onde as palandras se abrigam.
Anunciam a morte!
O pescador juntava as redes
Que o pão amigam
E, turvado de lágrimas, rezou.
A procela cresceu
O pescador morreu
O mar, enfim, abonançou!

(pm)
Out/2011

2.8.12

Já o Tempo se Habitua


Recordando Zeca Afonso no dia do 83.º aniversário do seu nascimento

Já o tempo
Se habitua
A estar alerta
Não há luz
Que não resista
A noite cega
Já a rosa
Perde o cheiro
E a cor vermelha
Cai a flor
Da laranjeira
A cova incerta

Agua mole
Agua bendita
Fresca serra
Lava a língua
Lava a lama
Lava a guerra
Já o tempo
Se acostuma
A cova funda
Já tem cama
E sepultura
Toda a terra

Nem o voo
Do milhano
Ao vento leste
Nem a rota
Da gaivota
Ao vento norte
Nem toda
A força do pano
Todo o ano
Quebra a proa
Do mais forte
Nem a morte

Já o mundo
Se não lembra
De cantigas
Tanta areia
Suja tanta
Erva daninha
A nenhuma
Porta aberta
Chega a lua
Cai a flor
Da laranjeira
A cova incerta

Entre as vilas
E as muralhas
Da moirama
Sobre a espiga
E sobre a palha
Que derrama
Sobre as ondas
Sobre a praia
Já o tempo
Perde a fala
E perde o riso
Perde o amor

30.7.12

Fernando Assis Pacheco


Jornalista e escritor, nasceu em Coimbra em 1 de Fevereiro de 1937. Morreu no dia 30 de Novembro de 1995 como gostariam de morrer muitos escritores: numa livraria. Foi na Bucholz, em Lisboa.

Chula das Fogueiras

Amor amor meu big amor
eu dizia shazam e tu não me ligavas

pus Mandrake a seguir-te hábil nos truques

e tu não me ligavas

em qualquer planeta verde e avançadíssimo
tu não me ligavas

estendi o meu braço Homem de Borracha até S. Martinho do Bispo
e tu não me ligavas ponta nenhuma

tu querias era casar na Sé Nova
branquingénua abusar do meu livre alvedrio

fiz-te pois um manguito do tamanho dum choupo
e cá estou pai de filhos um bocado estragado

mas não por tua causa que já não existes
ó sombra de sombra à esquina da farmácia.

Fernando Assis Pacheco

26.7.12

Balada dos Meus Amores


Antigos Orfeonistas da Universidade de Coimbra
Constituído por antigos estudantes da Universidade de Coimbra, apresentou-se pela primeira vez em Dezembro de 1980, por ocasião das comemorações do centenário do Orfeon Académico de Coimbra, onde o Coro foi buscar as suas raízes institucionais.
Com um reportório bastante eclético – música sacra, operática, popular, entre outras – tem dedicado particular cuidado à interpretação coral da canção de Coimbra, tratando temas que foram divulgados pelas vozes de José Afonso, Adriano Correia de Oliveira ou Luís Góis, acrescentando-lhe por vezes também a riqueza tímbrica da guitarra portuguesa.
Realizou mais de seis centenas de concertos e apresentações, em Portugal e no estrangeiro (Europa, Américas – do Norte e do Sul – África e Oriente), sendo de destacar as actuações em sedes de Organizações Internacionais, nomeadamente, o Parlamento Europeu, o Tribunal das Comunidades Europeias, a Comissão Europeia, a UNESCO e a ONU.
Realizou actuações com grandes nomes da música, tanto a nível nacional como internacional.
Assim, para além de ter gravado um CD com a Orquestra Filarmónica de Londres, o coro actuou com José Carreras, Simone, Rui Veloso, Luís Represas, Sara Tavares, Nuno Guerreiro, Dulce Pontes, Carlos Guilherme, André Sardet, Vitorino, Janita Salomé, Cristina Branco e Mariza.
Conquistou vários prémios em competições internacionais, tendo ganho a Medalha de Prata no XVI Festival de Música de Natal e Advento em Praga (2006) e a Taça de Ouro "Pedro O Grande" no II World Choir Festival de São Petersburgo (2008).
É dirigido pelo maestro Virgílio Caseiro desde 2003.
Agraciado com o grau de Membro Honorário da Ordem de Mérito por Sua Excelência o Presidente da República, o Coro possui a Medalha de Mérito do Ministério da Cultura e a Medalha de Mérito Cultural da Cidade de Coimbra, a Medalha Honorífica da Universidade de Coimbra, a Medalha de Prata e a Taça do Parlamento Europeu.
Mas um dos troféus de que mais se orgulha é da referência que fez ao Coro Sua Santidade o Papa João Paulo II, quando a ele se dirigiu após uma actuação no Vaticano “ Dos anjos diz-se que cantam no Céu. Nós andamos a ensaiar na Terra para cantar um dia com eles no Céu. Mas um pouco do Céu já se ouve quando vós cantais”.
(CAOUC)

25.7.12

Feira das Velharias

pedroflaviano
21º aniversário
Feira de Exposição e Mostra de Velharias de Coimbra
28 julho | Praça do Comércio | 9h00-19h00

A próxima edição da Feira de Exposição e Mostra de Velharias de Coimbra assinala o 21º aniversário da criação oficial do evento, que decorre a cada quarto sábado de cada mês, num espaço da cidade que é, por excelência, historicamente, apropriado para actos comerciais: a Praça do Comércio (antiga Praça Velha).

24.7.12

Greve Geral

coimbra ant

Coimbra em Greve Geral
Em Junho e Julho de 1913, esteve à discussão no Congresso da República um projecto de lei da comissão do orçamento do ministério do interior, para a dissolução e encerramento da Universidade de Coimbra. Em 28 de Junho este projecto de Lei foi rejeitado, aparecendo no seu lugar o “desdobramento” da faculdade de direito, que não estava anteriormente previsto.
A reacção em Coimbra foi enorme, independentemente da rejeição da proposta de encerramento da Universidade, os comerciantes também viam no desdobramento o fim económico da cidade.
No dia 29 de Junho, a comissão distrital depõe o seu mandato ao Governador-Civil (João de Deus Ramos). Nesse mesmo dia, a Associação Comercial de Coimbra, reúne-se e vota por unanimidade o encerramento de todos os estabelecimentos comerciais e industriais da cidade.
No dia 30 de Junho a praça de Coimbra suspende todos os pagamentos.
No dia 1 de Julho a greve é geral e Coimbra está totalmente paralisada tal como noticia o Diário de Noticias de 3 de Julho: "a cidade mantém os seus estabelecimentos comerciais e industriais encerrados, tendo-se estendido a greve a outras classes que ainda ontem não se tinham declarado."
A associação de artes-gráficas resolveu não deixar que se publicassem os jornais desta cidade e encerraram todas as tipografias. Paralisou o serviço dos eléctricos, luta-se com a impossibilidade de obter meio de transporte, quer dentro da cidade, quer para viagem. Muitos operários da construção civil estão em greve; também o estão os das obras municipais excepto das águas e gás. Vêem-se muitas bandeiras a meia-haste. Foram queimados, no Largo Miguel Bombarda muitos exemplares de um jornal de Lisboa afecto ao governo.

Cartas Portuguesas